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Entidades combatem paleteiros piratas

Por Redação em 8 de agosto de 2007 às 9h51 (atualizado em 06/05/2011 às 12h05)

Associações unem-se para coibir a ação predatória de fabricantes de paletes irregulares, que têm causado prejuízos ao setor

Com a indústria em franco crescimento, o segmento de fabricação de paletes tem que enfrentar uma dura realidade, caso queira acompanhar o ritmo positivo da economia e tirar benefícios: combater o mercado paralelo que assola o setor.

Segundo Marcelo Canozo, presidente da Abrapal – Associação Brasileira dos Fabricantes de Paletes – e diretor da Fort Paletes, as empresas irregulares vêm proliferando no mercado, com a comercialização de produtos fora das especificações do IPT, sem a homologação da ABRAS – Associação Brasileira dos Supermercados – e com preços aviltados. “Para ser fabricante de palete é preciso cumprir uma série de pré-requisitos, como obter a certificação, trabalhar com madeira de reflorestamentos reconhecidos pelo Ibama e dentro de determinadas especificações”, explica o executivo. Em contrapartida, os “piratas” desconhecem todas as regras e ainda produzem paletes com capacidade, muitas vezes, 50% inferior aos convencionais, que suportam até 1.500 kg.

Nos anos 1990, iniciativa conjunta da Abras e de várias associações, em conjunto com o IPT, criou o Palete Padrão Brasil, ou PBR, que tinha por objetivo padronizar madeiras e medidas dos paletes, a fim de que pudesse haver intercâmbio desses equipamentos entre os participantes da cadeia de suprimentos, padronizando caixas, caminhões e demais equipamentos de movimentação e armazenagem, trazendo benefícios a todo o supply chain. O PBR tem 4 entradas para empilhadeiras e demais equipamentos de movimentação, duas faces não reversíveis, mede 1,00 x 1,20 m e tanto os tocos quanto as ripas utilizam madeiras especificadas.

Custo aviltado

Contudo, esta não é uma batalha fácil de se combater. Para coibir a abertura dessas empresas, segundo Canozo, seria necessário realizar uma campanha de moralização do setor, pois não há como impedir que as empresas comprem paletes irregulares, seduzidas pelo custo mais baixo. “Nós da Abrapal, Abras e Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) estamos fazendo um esforço conjunto de conscientização para diminuir a ação dos irregulares”, comenta.

Como se trata de uma questão comportamental, o êxito da iniciativa depende de um trabalho institucional junto às associações dos segmentos que movimentam a maior quantidade de paletes no mercado. “Outra saída é adotar recursos tecnológicos que possibilitem maior controle e rastreabilidade”, diz o executivo.

Mas há também outras formas de confronto com os fabricantes irregulares: a “rádio peão”. Canozo comenta que é comum ocorrerem denúncias sigilosas de profissionais e funcionários que sabem das implicações e riscos do mercado paralelo e acionam a Abrapal. “Conseguimos até mesmo debelar um esquema no Sul do país que não só fazia paletes fora do padrão PBR, com madeira de mata nativa, como utilizava mão-de-obra infantil”, revela. Nesses casos, ao detectar os fabricantes irregulares e os receptadores desses produtos, a entidade os notifica e move ações judiciais para tirá-los do mercado. “Os piratas não recolhem tributos, não registram funcionários e, obviamente, não pagam benefícios e nem seguro para eles”.

Assim mesmo, Marcelo Canozo acredita que essa batalha ainda demandará muito tempo e os dados comprovam os desgastes das empresas que cumprem à risca a legislação. Para se ter uma idéia, no ano 2000 os fabricantes homologados produziram 2,1 milhões de paletes; em 2005, este número caiu para 516 mil; no ano passado, apenas 700 mil unidades foram fabricadas. Com a economia crescendo, essa queda só se explica pela proliferação de paletes irregulares.

Segundo Canozo, em uma visita à Europa, foi constatado que, em Portugal, a entidade dos paleteiros de lá, a Euro Palet, passou pelos mesmos percalços e só após implantar controles e criar um código de barras a pirataria caiu drasticamente. “Quem compra paletes sem especificação pode ter surpresas desagradáveis e ter que gastar mais lá na ponta com incidentes causados pela quebra do madeiramento utilizado e até mesmo dos produtos neles acondicionados”.

Na Fort Palets, por exemplo o modelo PBR representa 30% da produção da empresa. Neste caso, o mix balanceado garante a saúde financeira da empresa.

www.abrapal.org
www.fortpalets.com.br

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