Contrato com a BR transforma a Vale em uma das maiores consumidoras de biodiesel do mundo
A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a Petrobras Distribuidora (BR) firmaram uma parceria pela qual as locomotivas da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) serão abastecidas com B20, mistura de 20% de biodiesel e 80% de diesel comum. Com a medida, aliada ao uso do B2 (mistura de 2% de biodiesel com 98% de diesel comum utilizada, desde janeiro, em locomotivas, caminhões fora-de-estrada e na geração elétrica pela companhia), mais de 224 mil toneladas de CO2 equivalentes deixarão de ser lançadas na atmosfera até dezembro de 2007.
Esse volume é igual à emissão anual de CO2 de uma cidade com 27 mil habitantes. Para que tal quantidade de gás carbônico fosse absorvida com reflorestamento, seria necessário plantar anualmente uma área equivalente a 369 estádios do Maracanã de mata nativa. Durante os 12 meses de 2008, com o uso contínuo do B20 pela CVRD em suas ferrovias, cerca de 336 mil toneladas de CO2 deixarão de ser emitidas na atmosfera.
Volume hoje e amanhã
O acordo com a BR prevê o fornecimento no primeiro mês de 1,7 milhão de litros de B20 para atender a EFC e a EFVM. Durante este ano, o fornecimento da mistura chegará a 33 milhões de litros/mês nas duas ferrovias. Esse volume é o equivalente a 67% do combustível gasto em todas as ferrovias da CVRD mensalmente, incluindo a FCA (Ferrovia Centro-Atlântica), na qual o B20 deverá ser introduzido em 2008.
A intenção da empresa é de que a participação do B20 em sua matriz energética chegue a 100% quando o país tiver capacidade de produção do combustível.
Por enquanto, ele somente será utilizado nas ferrovias. Nas demais unidades (Mineração e Energia), o B2 continuará a ser usado até a realização de testes com a nova mistura. Hoje, a CVRD consome 50,6 milhões de litros/mês de B2, o equivalente a 61% do consumo mensal de diesel de toda a empresa (83,3 milhões de litros).
Algumas instalações da Petrobras Distribuidora estão sofrendo adaptações em sua infra-estrutura para receber, armazenar e distribuir o B20 para a CVRD, como os terminais de Betim (MG), Duque de Caxias (RJ), São Luís e Vitória; as bases de Açailândia (MA) e Marabá (PA) e a área de armazenagem em pool de Embiruçu (MG).
“Nossa parceria com a Vale é um marco. E o abastecimento das locomotivas com B20 só vem a confirmar o amplo comprometimento das empresas com o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel do Governo Federal”, afirma Graça Foster, presidente da Petrobras Distribuidora. O diretor-executivo de Logística da CVRD, Eduardo Bartolomeo, ressalta o caráter pioneiro do uso do combustível: “Nossas ferrovias, cujos índices de produtividade são comparados aos melhores do mundo, dão um passo pioneiro e responsável na implantação do B20”, completa ele.