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TNT abre seus planos para o Brasil e América do Sul

Por Redação em 21 de março de 2007 às 18h10 (atualizado em 10/05/2011 às 11h20)

Empresa fala pela primeira vez sobre a compra da Mercúrio

Durante encontro com a imprensa hoje em São Paulo, a TNT falou pela primeira vez sobre a compra da Mercúrio, ocorrida em janeiro passado, e contou seus planos para o país e para a América do Sul. O Brasil será a base das operações regionais a partir de Porto Alegre, sede da Mercúrio e que será agora de toda a TNT no Brasil. Estiveram presentes executivos mundiais da empresa, como o CEO da TNT, Peter Bakker; a diretora-executiva da Divisão de Entregas Expressas, Marie-Christine Lombard, o presidente da TNT Express América do Sul, Curtis Watson, e o gerente-geral para o Brasil, Roberto Rodrigues, além de Ademir Fração, presidente da Mercúrio.

A Mercúrio foi adquirida pela TNT por 151 milhões de euros, o que muitos afirmaram ser muito mais que o valor de mercado da empresa, tema que ficou inconcluído na entrevista. Ela é a líder do mercado brasileiro de remessas expressas, com 15% de participação, enquanto que a participação da TNT, notadamente em remessas do Brasil para o mercado externo, é de cerca de 10%.

Com a compra, a TNT coloca-se estrategicamente à frente não apenas no mercado brasileiro mais do sul-americano, uma vez que ambas, TNT e Mercúrio, possuem operações no Brasil, Chile e Argentina, os três principais mercados regionais. Com a junção das operações, será intensificada a captação de cargas de retorno dos países vizinhos para o Brasil, uma vez que a força de vendas da TNT nesses mercados é maior que a da Mercúrio, que é mais forte nas operações internas no Brasil e anteriormente não possuía estrutura suficiente para alavancar as vendas nos países vizinhos. A união de forças também beneficiará operações do Brasil para o mercado externo, utilizando a expertise e estrutura da TNT nessas operações.

De acordo com Peter Bakker, a meta da empresa é alcançar um crescimento de dois dígitos no Brasil, aproveitando o boom no mercado de cargas expressas, que movimenta no país cerca de 1,3 bilhão de euros anualmente, crescendo à taxas de 15% ao ano. O foco continuará sendo o mesmo da Mercúrio e da TNT em nível mundial, ou seja, os mercados automotivo, eletro-eletrônico, de alta tecnologia e farmacêutico, além do segmento calçadista brasileiro, dominado pela Mercúrio.

O mercado alvo é o de B2B, tanto para grandes empresas – foco principal da Mercúrio – quanto para o mercado de pequenas e médias, que representa hoje cerca de 65% do faturamento da TNT. A intenção é balancear as operações em empresas de todos os tamanhos.

Com a junção de forças, a TNT espera tornar-se a maior integradora do mercado interno com o internacional, chegando a um market share no Brasil de 14%, com crescimento de 15% a 20% no faturamento com as operações integradas, de acordo com Rodrigues. “E isto ainda pode aumentar, porque as operações conjuntas mal começaram, o que torna difícil medir o desempenho”.

A TNT tem 10 mil clientes ativos no Brasil e uma frota de cerca de 50 veículos operando entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Já a Mercúrio conta com 100 mil clientes ativos, receita de 190 milhões de euros, com frota de 2 mil veículos e mais de 100 centros de distribuição no Brasil e Mercosul.

Mundialmente, a estratégia da TNT é ser a número um nos mercados emergentes, no qual a expectativa para os próximos anos é crescer de forma a equilibrar as receitas com as operações européias e asiáticas. A compra da empresa gaúcha faz parte dessa estratégia, crescendo nos chamados mercados BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).

Além da Mercúrio, a empresa adquiriu outras empresas líderes de serviços expressos nesses mercados. Em setembro de 2006, foi a vez da indiana Speedage, com receitas de 20 milhões de euros e comprada por 33 milhões de euros; na semana passada, foi concluída a aquisição da chinesa Hoau, com receita de 120 milhões de euros e cujo valor de aquisição não foi revelado. De acordo com Curtis Watson, está em negociação a aquisição de uma empresa na Rússia, da qual não ainda foram passados maiores detalhes por não estar concluída. Ele também não descarta novas aquisições na América do Sul.

Para ampliar a capacidade de atendimento da rota da China para a Europa, em franco crescimento, foram adquiridas duas aeronaves B 747, arrendadas por 110 milhões de euros cada. Por ora, a TNT descarta a vinda de aeronaves para atender exclusivamente à região. O foco é mesmo no mercado expresso rodoviário no Brasil e dele para os países vizinhos. Num segundo momento, incrementar as exportações do Brasil para outros mercados, principalmente a Europa.

Integração de marcas

Quanto à integração das marcas, Watson afirmou que a Mercúrio é um nome muito forte no Brasil, é Top of Mind no Rio Grande do Sul, e seria imprudente ignorar isto. Portanto, a marca será mantida pelo tempo necessário para avaliar a aceitação do mercado, antes que seja totalmente integrada à TNT. A participação no negócio da família Fração, antiga proprietária da Mercúrio, também está em aberto, embora a TNT afirme ser muito provável que membros da antiga diretoria permaneçam na empresa. Ademir Fração é um dos que ficam, reportando-se ao próprio Watson.

A Mercúrio também mantinha uma parceria operacional com a UPS e a DHL, que será mantida. “Já temos uma parceria operacional com a UPS nos EUA, usando a força de cada uma em seus mercados core – ou seja, ela nos EUA e nós na Europa. Vamos prosseguir com essa estratégia no mercado doméstico e manter também a parceria com o Expresso Araçatuba na cobertura da região Centro-Oeste do Brasil.”

Quanto á atual situação política da América Latina, Bakker afirmou que, como investidor, a TNT não vê empecilhos para direcionar recursos para neste mercado. “Claro que estamos sempre avaliando a situação, mas riscos existem em qualquer mercado. O Brasil e a América do Sul são uma das áreas mais desafiadoras e cujo crescimento é muito interessante para nós. Achamos que o risco vale a pena”.

Frota ecológica

A TNT tem especial preocupação com a redução de emissões atmosféricas, da qual o transporte é o principal responsável, e já iniciou ações no mundo neste sentido. Os investimentos previstos na redução de emissões e na adoção de novos combustíveis é de 20 milhões de euros no mundo. Dentro desse escopo, existem projetos para uso de frota com emissão zero no Reino Unidos (veículos elétricos), projetos-pilotos de modelos à base de biocombustíveis na Índia e na Holanda e pilotos de modelos híbridos na Austrália.

Quanto à frota da Mercúrio, a TNT afirmou que, num primeiro momento, será analisado o nível de emissão, para depois se estudarem projetos-pilotos ou novos investimentos na frota. “Podemos usar biocombustíveis ou misturas, ou mesmo modificar parte da frota para adaptá-la ao uso de GNV (gás). Ainda é cedo para dizermos com certeza o que será feito, mas alguma coisa certamente ocorrerá no sentido de reduzir os índices de emissão”, disse Roberto Rodrigues, gerente-geral para o Brasil.

Já Bakker afirmou estar “muito confortável” com esta questão aqui, já que o país é muito mais desenvolvido sobre o assunto bio-combustíveis e etanol do que qualquer outro mercado em que atuam. “Neste quesito, vamos aprender no Brasil”.

www.tnt.com

 

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