A Confiança do Setor de Serviços no Brasil registrou alta em março, interrompendo uma sequência de quatro meses de queda. De acordo com dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta sexta-feira (28), o Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 1,2 ponto no mês, atingindo 92,9 pontos.
O avanço foi impulsionado pelo Índice de Expectativas (IE-S), que mede as projeções do setor para os próximos meses e teve crescimento de 2,2 pontos, chegando a 90,8 pontos. O Índice de Situação Atual (ISA-S), que reflete a percepção sobre o momento presente, subiu 0,2 ponto, alcançando 95,3 pontos.
Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE, explicou que o resultado reflete uma compensação nas expectativas futuras do setor, que vinham em queda desde outubro do ano passado. Segundo ele, a demanda atual manteve-se estável, favorecida pela recuperação parcial dos serviços prestados às famílias, segmento sensível à inflação. No entanto, Pacini destacou que a melhora pontual não altera o cenário de pessimismo em relação ao ritmo dos negócios para 2025.
A FGV alertou que o ambiente macroeconômico segue desafiador, com pressões inflacionárias persistentes, juros elevados e previsão de desaceleração da atividade econômica. Na véspera da divulgação do índice, o Banco Central revisou para baixo sua projeção de crescimento para 2025, reduzindo-a de 2,1% para 1,9%. O BC também indicou que a inflação deve permanecer acima do teto da meta ao longo do ano.
Neste mês, o Banco Central manteve a política monetária restritiva e elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, fixando-a em 14,25% ao ano. A instituição sinalizou ainda um ajuste de menor magnitude na reunião de maio, caso o cenário econômico se confirme.