Cade aprova venda do controle da Wilson Sons para subsidiária da MSC

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a venda do controle da Wilson Sons para a Shipping Agencies Services (SAS), subsidiária da Mediterranean Shipping Company (MSC). O despacho foi publicado na última sexta-feira e se tornará definitivo após 15 dias da publicação no Diário Oficial da União.

Apesar da aprovação pelo Cade, a Wilson Sons informou que a conclusão da venda ainda depende de outras condições, incluindo a autorização da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Detalhes da negociação
A transação envolve a venda de 56% da Wilson Sons pela controladora OW Overseas para a MSC por R$ 4,35 bilhões. A expectativa é que a operação seja finalizada no segundo semestre de 2025.

Em dezembro de 2024, a MSC já havia adquirido 12% da Wilson Sons por meio de sua subsidiária SAS, em um movimento estratégico para ampliar sua presença no mercado brasileiro de logística portuária.

Atuação da Wilson Sons no setor portuário
Fundada em 1837, a Wilson Sons atua em diversos segmentos da logística portuária e marítima no Brasil, incluindo rebocadores, terminais portuários, agenciamento marítimo e apoio offshore para a indústria de óleo e gás.

A empresa administra os terminais Tecon Salvador (BA) e Tecon Rio Grande (RS), além de operar uma das maiores frotas de rebocadores da América Latina e bases de apoio offshore.

Expansão da MSC no Brasil
A MSC, com sede na Suíça, é uma das maiores empresas de transporte marítimo do mundo, operando em mais de 155 países. Além do transporte de cargas, a companhia atua no setor de cruzeiros, logística e infraestrutura portuária por meio da MSC Terminal Investment (TiL).

A aquisição da Wilson Sons faz parte da estratégia da MSC para expandir sua atuação na América do Sul e fortalecer sua presença no Brasil. A empresa planeja novos investimentos para modernizar a infraestrutura e aprimorar a eficiência dos serviços portuários.

Impacto para o setor portuário brasileiro
A entrada da MSC no controle da Wilson Sons pode gerar impacto na competitividade do setor portuário, com a introdução de novas tecnologias e a modernização das operações. A ampliação da participação de grandes players internacionais pode resultar em melhorias operacionais, maior fluxo de cargas e redução de custos logísticos.

A conclusão do negócio ainda depende de aprovações regulatórias, mas a expectativa é que a aquisição seja concluída conforme o cronograma estabelecido, consolidando a posição da MSC no mercado brasileiro de logística portuária.