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"O aparato logístico do Brasil é disparado o pior de todos", diz CEO da Minerva

Executivo ainda destaca impactos da crise de contêineres e complexidade fiscal do país
Por Redação em 30 de janeiro de 2025 às 7h51
"O aparato logístico do Brasil é disparado o pior de todos", diz CEO da Minerva
Foto: Divulgação/Minerva Foods
Foto: Divulgação/Minerva Foods

O diretor financeiro da Minerva Foods, Edison Ticle, afirmou que o Brasil enfrenta desafios estruturais relacionados à logística e tributação, afetando diretamente a operação da empresa. A declaração ocorreu durante o painel Brazilian Agriculture: A Global Player in a Connected World, realizado no primeiro dia do Latin America Investment Conference (LAIC), evento promovido pelo UBS.

Ticle destacou os impactos da crise de contêineres sobre a companhia, que exporta 70% da produção de carnes congeladas. "O aparato logístico do Brasil é o pior de todos. Não estou comparando com os Estados Unidos, e sim com a Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia e Chile", afirmou.

O executivo afirmou que os custos logísticos no Brasil são elevados e a eficiência é reduzida. "Disparado aqui é o mais caro e o menos eficiente. O que a gente procurou fazer? Como a gente usa muito portos, resolvemos sair um pouco de Santos e do Sul, tentando desenvolver algumas alternativas mais para o Norte". Ele mencionou que os custos podem ser mais altos na região Norte, mas os atrasos na movimentação de contêineres precisam ser considerados. "Isso acaba impactando o capital de giro das companhias. Em um país em que a taxa de juros é de 13%-14%, o capital de giro faz muita diferença no retorno final", explicou.

Estrutura tributária
Sobre a questão tributária, Ticle reconheceu as vantagens do agronegócio em comparação a outros setores, mas apontou dificuldades na gestão fiscal. Ele destacou a diferença na estrutura do departamento fiscal da Minerva em diferentes países. "No Brasil, o departamento fiscal da Minerva tem entre 150 e 200 pessoas, enquanto no Paraguai são três. Na Argentina, contamos com cinco ou seis pessoas, e no Uruguai, apenas duas", afirmou.

O executivo indicou que o sistema tributário brasileiro demanda altos recursos da companhia. "Isso suga a massa cinzenta da companhia, já que, o tempo todo, precisamos fazer um planejamento tributário, entender o que acontece com o ICMS dos estados, com os créditos e os créditos presumidos".

Segundo Ticle, o impacto das questões tributárias chega a influenciar as estratégias logísticas. "Acabamos tomando decisões irracionais do ponto de vista logístico, agravando ainda mais a situação que enfrentamos no país hoje".

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