Projeto Double-Stack da Brado movimenta 170 mil contêineres em 5 anos e amplia capacidade logística

Em julho de 2019, a Brado iniciou a operação de trens Double-Stack no Brasil, um modelo que permite o empilhamento de contêineres em dois níveis. A viagem inaugural transportou produtos diversos, incluindo bebidas, fertilizantes e itens de higiene, entre Sumaré (SP) e Rondonópolis (MT). Desde então, a empresa realizou 1.329 viagens com esses trens, movimentando 174 mil contêineres em rotas no mercado interno.

O CEO da Brado, Luciano Johnsson, destacou que a adoção dos vagões Double-Stack aumentou a capacidade de transporte em aproximadamente 40%. Essa mudança, além de otimizar a logística, contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa, promovendo maior eficiência ambiental. Atualmente, mais de 30 tipos de produtos são transportados nas rotas, atendendo diferentes setores econômicos.

Entre as cargas movimentadas para Mato Grosso estão insumos para a agropecuária e a indústria. No sentido inverso, São Paulo recebe milho destinado à produção de alimentos.

Desenvolvimento do projeto
O projeto Double-Stack foi iniciado em 2017, com engenheiros da Brado visitando os Estados Unidos para estudar a tecnologia. Para adaptação às condições brasileiras, a empresa realizou testes com contêineres de altura reduzida e equipados com sensores para avaliar desempenho e segurança nas linhas férreas.

No terminal de Sumaré, ajustes foram necessários para acomodar as operações. Laion Suprano, gerente do terminal, relatou que novas travas para os contêineres foram desenvolvidas pela equipe da Brado, além de treinamentos para a operação.

Investimentos e infraestrutura
A implementação demandou a compra de 148 vagões Double-Stack e três locomotivas AC44, somando atualmente 298 vagões em operação. Foram realizadas intervenções em 60 pontos da ferrovia, incluindo rebaixamento de trilhos e adequações em viadutos, para comportar a altura dos trens.

Dados técnicos e operação atual

Os trens Double-Stack têm altura de 5,87 metros. Antes da implementação, as composições transportavam até 116 contêineres por viagem. Hoje, cada trem pode carregar 130 contêineres de 40 pés, ampliando a capacidade logística sem aumento significativo no comprimento das composições.