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ANIP chama importação de pneus no Brasil de 'desleal' e diz que cenário ameaça empregos no país

Entre 2017 e 2023, as vendas de pneus da indústria nacional caíram 18%, enquanto as importações cresceram 117%
Por Redação em 24 de junho de 2024 às 10h14
ANIP chama importação de pneus no Brasil de 'desleal' e diz que cenário ameaça empregos no país
Foto: Reprodução/Pixabay
Foto: Reprodução/Pixabay

A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) busca junto ao Governo Federal medidas urgentes para conter a importação desleal de pneus da China e de outros países asiáticos. Segundo dados da ANIP, baseados nas informações da Receita Federal, 50% dos pneus importados da Ásia chegam ao Brasil com preços abaixo do custo das matérias-primas, e 100% das importações estão abaixo do custo de produção industrial.

"Essa concorrência desleal ameaça empregos, coloca em risco futuros investimentos e desorganiza a cadeia produtiva, afetando também produtores de borracha, têxteis, produtos químicos e aço", afirma Klaus Curt Müller, presidente da ANIP.

Entre 2017 e 2023, as vendas de pneus da indústria nacional caíram 18%, enquanto as importações cresceram 117%. Comparando os primeiros cinco meses de 2017 e 2024, o mercado nacional encolheu 19%, enquanto as importações aumentaram 229%, levando a indústria nacional a níveis semelhantes aos anos da pandemia de COVID-19.

"Esse avanço ocorreu devido aos preços desleais. Enquanto mercados como EUA, Europa e México levantaram barreiras para proteger suas indústrias, o Brasil se tornou um destino preferencial para os produtos asiáticos", diz Müller.

A indústria de pneus no Brasil emprega diretamente 32 mil trabalhadores e indiretamente 500 mil. Atualmente, 2.500 funcionários estão em suspensão ou redução da jornada de trabalho (lay-off). "A manutenção de emprego e renda é essencial para o crescimento do país", alerta Müller.

O Brasil tem hoje 11 fabricantes de pneus com 21 plantas industriais em 7 estados, que venderam 52 milhões de pneus no mercado local em 2023. Nos últimos 10 anos, esses fabricantes investiram R$ 11 bilhões em suas unidades fabris. "Os novos ciclos de investimentos estão sob análise. A situação atual afetou a atratividade do país para investimentos", destaca Müller.

A importação desleal também causa danos ambientais. Enquanto os fabricantes nacionais cumprem as metas de recolhimento de pneus inservíveis, com um saldo acumulado de 127 mil toneladas recicladas, os importadores possuem um passivo ambiental de 419 mil toneladas não recolhidas. "Enquanto a indústria nacional está comprometida com a destinação correta dos resíduos, vemos empresas importadoras seguindo outra direção", conclui Müller.

Em nota divulgada à imprensa, a ANIP ainda enfatizou que não é contra as importações, mas busca garantir condições justas de competição e corrigir a concorrência desleal no comércio internacional de pneus.

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