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Aliança vai receber as primeiras barcaças oceânicas feitas no Brasil

As embarcações podem navegar tanto em rios quanto no mar e têm entrega prevista para 2026
Por Redação em 21 de março de 2024 às 14h00
Aliança vai receber as primeiras barcaças oceânicas feitas no Brasil
Foto: Divulgação / Aliança
Foto: Divulgação / Aliança

A integradora logística Aliança, empresa do grupo A.P. Moller - Maersk, esteve presente no Intermodal South America 2024, nos dias 5 a 7 de março em São Paulo, apresentando soluções de transporte marítimo, fluvial e rodoviário e apresentando novidades. Em entrevista à Tecnologística no evento, a nova Presidente da Aliança, Luiza Bublitz, deu detalhes sobre os novos projetos da empresa.

A Aliança planeja uma grande inovação em sua operação no Norte do país com a encomenda de duas barcaças oceânicas, as primeiras do tipo Brasil. O projeto começou em 2021, e os dois conjuntos articulados contam com rebocador e balsa e podem navegar tanto nos rios quanto no oceano, com capacidade de até 800 TEUs. "É um projeto inovador em todos os sentidos, em eficiência, ecologia, na própria operação em si. A gente entende que na costa brasileira, principalmente com as mudanças climáticas recentes, isso vai nos ajudar bastante, a sociedade como um todo, nossas indústrias e os brasileiros", explica Luiza. 

A construção as barcaças em solo nacional é um projeto pioneiro, já que embarcações porta-contêineres costumam ser fabricadas fora do Brasil. De acordo com a empresa, as embarcações têm o potencial de aumentar a eficiência operacional e sustentabilidade das operações fluviais, marítimas e multimodal, reduzindo a emissão de CO2, já que permitem o transporte de um volume maior de carga em relação a outras balsas, assim como quando comparada ao transporte terrestre. Além disso, as barcaças já virão adaptadas para o uso com metanol e etanol.

Segundo a Presidente, a ideia surgiu quando a empresa pensava em formas de atender a distâncias mais curtas com embarcações menores que os navios disponíveis no mercado. As barcaças podem fazer trajetos como Santos-Vitória-Rio de Janeiro, Vila do Conde-Pecém, Manaus-Vila do Conde e Manaus - Pecém. "O ponto é termos flexibilidade operacional com embarcações menores e mais eficientes, mas não tão pequenas como as balsas que temos disponíveis no mercado", completa.

O projeto está sendo desenvolvido pelo Estaleiro Rio Maguari, e os dois primeiros conjuntos têm previsão para ficar prontos em 2026. O projeto integra as estratégias da Aliança para os próximos anos, que incluem integração e multimodalidade. A empresa conta com 9 navios atracando em 14 portos, 18 terminais ferroviários, armazéns em Itajaí, Itapoá, São Bernardo, Cajamar, Suape e Manaus, e 170 carretas próprias, além de parceiros.

Segundo Luiza, a Aliança também tem investido na digitalização das operações e transição energética de seus veículos e embarcações. "Para logística ser bem eficiente ela tem que ter uma digitalização muito forte, ser extremamente integrada, descarbonizada e democratizada", afirma.

A empresa está fazendo testes com veículos elétricos. Já foram feitas três etapas de experimentação na região metropolitana de São Paulo, em Itapoá e no Nordeste, com dois veículos rodando por duas semanas em cada região, e mais testes serão feitos com percursos mais longos. A empresa tem a meta de ser net zero em 100% de suas operações até 2024. 

 

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