Terminal será utilizado principalmente para o transporte de granito
A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a Centronorte Logística Integrada inauguraram, na semana passada, um terminal rodoferroviário de cargas no município de Colatina (ES). O empreendimento, no qual foram investidos cerca de R$ 12 milhões, lança um novo corredor logístico, principalmente para o transporte do granito produzido no norte do Estado. Nesta parceria, a CVRD será o operador ferroviário, enquanto a Centronorte será a operadora do terminal.
O Terminal de Colatina foi construído em um terreno com área total de 250 mil m2 adquirido pela Centronorte, operador especializado em soluções logísticas para o transporte de blocos de granito, às margens da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). Está localizado a 12 quilômetros do centro da cidade e tem capacidade de movimentação de dois milhões de toneladas/ano, podendo ser ampliado com a abertura de mais turnos de operação.
O terminal estará integrado a 11 retroáreas para armazenagem de granito em Vitória e duas em Cachoeiro de Itapemirim, além do Terminal Portuário de Vila Velha (TVV), operado pela CVRD. Dois pórticos, cada um deles com capacidade de movimentação de 80 toneladas, já estão em operação.
“Cerca de 70% da produção nacional de granito são provenientes do Espírito Santo, e é nesta região de Colatina que estão os maiores produtores”, afirma Paulo Fraga, gerente-geral de Petroquímicos e Combustíveis da CVRD. “Nossa estratégia será desativar os três outros terminais de granito da empresa, localizados no norte do Estado, e concentrar toda a movimentação no novo terminal, com trens unitários e dedicados saindo somente de Colatina, em vez de trens coletadores, como acontecia anteriormente”, completa ele.
Conexão mais rápida
Com a inauguração do terminal, o escoamento das cargas se tornará mais ágil em função da integração da EFVM com as rodovias BR-259 e ES-080 (Rodovia do Café). A partir de Colatina, os produtos serão transportados por ferrovia para o Pólo de Beneficiamento de Cachoeiro de Itapemirim e para o TVV. “Nossa intenção é movimentar 300 mil toneladas no primeiro ano de operações”, afirma Fraga.
Segundo Mauro Dias, diretor de Comercialização de Logística da CVRD, o pólo logístico ampliará significativamente a competitividade do granito e dos demais produtos exportados a partir da região, já que a EFVM estabelecerá uma conexão rápida entre o novo terminal e os portos, especialmente o TVV, pelo qual passam 80% do granito exportado pelo País. O tempo da viagem no trecho Colatina-Vitória, por exemplo, será de sete horas no modal ferroviário.
Para este projeto, a CVRD investiu R$ 8 milhões (R$ 6,8 milhões na compra de vagões e locomotivas e R$ 1,2 milhão em material metálico, como trilhos) e a Centronorte R$ 3,8 milhões em infra-estrutura, terraplenagem e montagem das linhas e pórticos. Para Wilman Menezes, diretor da Centronorte, o terminal mudará o cenário atual com a integração da carga dos modais rodoviário e ferroviário. De acordo com levantamento das duas empresas, as rodovias da região sofrem com o excesso de cargas movimentadas por carretas. “Hoje, cerca de 300 carretas, com blocos de granito entre 30 e 35 toneladas, circulam diariamente pelas estradas no Estado”, acrescenta Fraga.
O granito será a principal carga movimentada no novo terminal, mas as empresas acreditam na entrada de outros segmentos: “Entendemos que outras indústrias se estabelecerão na área, pois foi disponibilizada uma área de seis milhões de metros quadrados ao redor do terminal, e apostamos em segmentos como o cafeicultor e o moveleiro. Estamos sendo ainda consultados por armadores de contêineres que pretendem fazer um depósito nesta área e também estamos em fase avançada de obtenção de Redex”, afirma Fraga.
Em longo prazo, a conclusão das obras da Ferrovia Litorânea-Sul, prevista para 2010, permitirá a integração de Colatina e Cachoeiro de Itapemirim, os maiores produtores e processadores de rochas ornamentais no País, respectivamente. Com a possibilidade de realizar nesta ferrovia operações com trens de 110 vagões (hoje, a malha ferroviária existente na região permite apenas trens com 20 vagões), esta nova opção contará com 165 km de via e está em construção para substituir um trecho montanhoso da FCA entre Vitória e Cachoeiro de Itapemirim.