A América Latina e o Caribe atraíram volume recorde de investimentos estrangeiros diretos (IED) no ano passado, de acordo com a Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal). Beneficiadas pela recuperação dos gastos globais após a pandemia, as duas regiões receberam US$ 224,58 bilhões de outros países, destinados ao setor produtivo.
O total de investimentos foi 55,2% superior a 2021. No relatório, a Cepal destaca que esta é a primeira vez em nove anos que o IED superou a marca de US$ 200 bilhões. Os investimentos estrangeiros diretos destinam-se à geração de empregos, como compra de empresas nacionais ou expansão de empresas estrangeiras para outros países. Os setores mais beneficiados no último ano foram os de serviços, energias (renováveis e não renováveis) e manufatura.
Apesar do crescimento, a América Latina atraiu apenas 8% do fluxo global de investimentos estrangeiros diretos em 2022. Proporcionalmente, a região teve a menor participação, ficando atrás da Europa, da Ásia-Pacífico, África, Oriente Médio e América do Norte.
Brasil e México à frente
O Brasil atraiu 41% dos IED direcionados para a América Latina e o Caribe, seguido pelo México, com 17%. No Brasil, o volume de IED aumentou 97% de 2021 para 2022, enquanto no México o crescimento foi menor, atingindo 14% em relação ao ano anterior.
Apesar do número de fusões e aquisições advindos de investimentos estrangeiros ter aumentado apenas 7%, o valor dos negócios aumentou 57%, chegando a US$ 30,15 bilhões no ano. Segundo a Cepal, a alta se deve à retomada de planos de investimento e de expansão pelas empresas após a pandemia de Covid-19.
O setor de logística também participou dessa tendência no Brasil. No ano passado, foram feitas 85 operações de fusão e aquisição de empresas logísticas brasileiras. O relatório da Redirection International revelou uma redução de operações em relação a 2021, mas apontou um crescimento nos últimos 5 anos, com aquecimento do mercado pós-pandemia. O setor de logística foi um dos mais impactados pela Covid-19, e teve que responder ao aumento da demanda do e-commerce nos períodos mais críticos do distanciamento social.
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