A ALL ampliará sua frota de locomotivas para atender à demanda pelo transporte ferroviário na malha sul do Brasil. Até o final do ano, 30 locomotivas GE, modelo C30-7, chegarão ao Porto de Paranaguá numa operação conjunta entre a ALL e a Costa Porto, especializada na locomoção de cargas de grande porte.
As primeiras dez locomotivas chegaram ao Brasil no dia 25 de outubro e seguiram para Curitiba (PR), onde já começaram a sofrer adaptações. As máquinas, que entram em operação em fevereiro de 2004, têm maior poder de tração e devem ampliar em 20% a capacidade de transporte da operadora logística. Mais de R$ 30 milhões foram investidos na aquisição das locomotivas.
O "Projeto C30" teve início em Silvis, Illinois (EUA). De lá, as primeiras 10 locomotivas saíram rebocadas pela Burlington Northern Santa Fé (BNSF) até Houston, numa rota sem escalas, que durou oito dias. No "Manchester Terminal", elas foram embarcadas num navio especial, com capacidade de içamento de até 400 toneladas e guindastes combinados.
Cada máquina pesa 180 toneladas e possui 330 metros cúbicos de volume. "O principal diferencial deste transporte está na utilização de trilhos adaptados no navio, ou seja, a locomotiva foi transportada completa, inclusive com os bogies (estrutura em que ficam as rodas), que só foram desmontados no desembarque", revela Laerte Coutinho, diretor da Costa Porto.
Para viabilizar a operação, técnicos da ALL e da Costa Porto analisaram o lead time das máquinas até o Brasil e o período necessário para que todas passem pelas adaptações exigidas. "Em fevereiro de 2004, todas as locomotivas já estarão disponíveis para transportar a safra", diz o gerente de Engenharia e Manutenção da ALL, Luiz Torelli. "Temos um protótipo em operação desde agosto deste ano e os resultados são surpreendentes", completa.
Adaptações - O segundo lote deve chegar ao Porto de Paranaguá no dia 18 de novembro. O terceiro está marcado para chegar ao Paraná no dia 8 de dezembro. Do porto, as máquinas seguirão para a Oficina de Locomotivas da ALL, em Curitiba. Lá, passarão por diversos serviços antes de serem incorporadas ao tráfego normal.
Tais serviços incluem modificações nos bogies para permitir que as locomotivas, originalmente construídas para operar em bitola americana ou Standard, de 1,435 metro, possam operar na bitola brasileira, de 1metro, instalação de computador de bordo e de sistemas de navegação e comunicação via satélite, entre outros.
"Todos os serviços visam garantir maior segurança e confiabilidade à operação dessas locomotivas, colocando-as no mesmo patamar tecnológico das locomotivas mais modernas do mercado", avalia Torelli.