Devem se iniciar em março as audiências públicas que debaterão os modelos dos editais do corredor de exportação Campinas-Vale do Paraíba-Litoral Norte de São Paulo. A informação foi dada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (ao centro, na foto), após assinatura de decreto que permite a implementação do Projeto de Desestatização, na última quinta-feira, dia 3, no Palácio dos Bandeirantes. De acordo com o governador, dois modelos poderão ser adotados: concessão e parcerias Público-Privadas (PPP). O objetivo é aproveitar a infra-estrutura já existente para ligar essas regiões produtivas ao porto de São Sebastião. Complementam o corredor a malha ferroviária operada pela empresa MRS e os aeroportos de Viracopos e São José dos Campos, operados pela Infraero. O projeto envolve a concessão, para a iniciativa privada, das rodovias D. Pedro I (SP-65), Ayrton Senna/Carvalho Pinto (SP-70) e Tamoios (SP-99), que será duplicada. Também haverá a concessão do porto de São Sebastião. As obras prevêem complementos na rodovia Dom Pedro I; duplicação da Tamoios no planalto; construção de uma nova pista na Serra; contornos de Caraguatatuba e São Sebastião; obras complementares no Porto de São Sebastião; e a construção de um novo píer em águas profundas. O investimento total previsto até 2008 é de R$ 1,03 bilhão, sendo R$ 205 milhões provenientes do Estado, R$ 450 milhões das empresas concessionárias e outros R$ 375 milhões obtidos com a concessão das rodovias SP-65 e SP-70. Na opinião do governador, nos trechos onde os investimentos são menores, como os das rodovias Dom Pedro I e Ayrton Senna, poderão ser adotados os modelos de concessão onerosa. Já no trecho de serra da Rodovia dos Tamoios, nos contornos viários de Caraguatatuba e São Sebastião e no Porto, que demandam investimentos maiores, Alckmin acredita que o melhor modelo seja o de PPP. "Tudo isso vai ser discutido nas audiências públicas. Esperamos lançar o edital ainda no primeiro semestre, concluir toda a licitação até o fim deste ano e começar as obras o mais rápido possível para, até 2007, já ter uma boa parte disso pronto e, em 2008, todo o corredor pronto", afirmou o governador. O corredor irá facilitar a logística das empresas localizadas nas regiões de Campinas e do Vale do Paraíba, como é o caso da indústria automotiva e de eletroeletrônicos, de produtos de alto valor agregado. As exportações brasileiras cresceram 33,8% entre março de 2004 e fevereiro deste ano. Em São Paulo, que responde por mais de um terço das exportações do País, o aumento foi de 38,6%. Foto: Luiz Carlos Leite