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LD Commodities constrói terminal em Santos

Por Redação em 1 de abril de 2008 às 14h27 (atualizado em 05/05/2011 às 17h27)

As obras prevêem investimentos de R$ 50 milhões e têm prazo de conclusão para outubro

A LD Commodities, empresa brasileira do grupo francês Louis Dreyfus que atua no processamento, comércio, transporte, armazenagem e exportação de commodities agrícolas, investirá, até o final deste ano, R$ 50 milhões na construção de um terminal próprio no porto de Santos. As obras, iniciadas em dezembro do ano passado, serão concluídas no próximo mês de outubro. Antes do empreendimento, a companhia utilizava-se de uma estrutura terceirizada.

O montante faz parte de um total de R$ 550 milhões que a LD aplicará, no período compreendido entre os anos de 2008/2012, a fim de expandir seus negócios de exportação de suco de laranja – concentrado e NFC (sigla em inglês que caracteriza o produto não concentrado). Ampliação de pomares, adequação de fábricas e projetos logísticos são as ações contempladas nos investimentos.

LD Commodities constrói terminal em Santos
O terminal santista da LD – o segundo da empresa, que já opera em Paranaguá (PR) –, arrendado por 20 anos e localizado no antigo armazém 30 da margem direita do Porto de Santos, contará com 25 funcionários diretos, ocupará 15 mil metros quadrados, disponibilizará 200 metros de cais com atracação e será composto de baias de recebimento, pasteurizadores, tanques de armazenagem e linhas de embarque.

A capacidade estática do terminal é de 28 mil toneladas de suco concentrado e 40 milhões de litros de NFC. Ao todo, o local poderá movimentar até 500 mil toneladas de suco. A previsão é de que a unidade comece a operar com 70% da capacidade ocupada.

O diretor da Divisão de Citros da LD, Henrique de Freitas, explica por que a organização decidiu investir numa unidade própria. “A empresa tem necessidade de um terminal privado que seja flexível e atenda a um volume crescente de embarque e conte com maior avanço tecnológico”, resume.

Um dos diferenciais do terminal é a forma como o suco será embarcado. A LD investe na construção de 30 tanques móveis, que serão colocados diretamente nos navios distribuidores de sucos, tanto do concentrado quanto do suco integral pasteurizado. Já em terra, serão instalados tanques de aço inox com capacidade de até seis milhões de litros cada um.

O diretor de Logística da LD, Christophe Akli, calcula que R$ 100 milhões serão aplicados apenas na adaptação dos navios para que os tanques móveis, com capacidades que variam de uma a três mil toneladas, sejam colocados. “Basicamente, instalaremos geradores para manter o ambiente resfriado, visto que o suco concentrado deve ser transportado a uma temperatura de –10°C e o NFC a 0°C”, diz. Vale lembrar que, após instalados nas embarcações, os tanques não poderão ser retirados. “Não os manipularemos como contêineres”,  avisa. Cada navio terá capacidade para transportar cinco mil toneladas do produto.

De acordo com o presidente da LD Commodities, Kenneth Geld, a inauguração do terminal irá gerar 50 novas atracações por ano no Porto de Santos. Para o diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José di Bella, o terminal é um importante investimento para plataforma logística local e coloca um desafio à Codesp. “Temos que compatibilizar a eficiência técnica do terminal com a logística em terra e na água”, analisa. O diretor, contudo, não se diz preocupado, por exemplo, com o aumento do fluxo de caminhões – principal modal utilizado na entrega de sucos no porto.

Estratégia

A grande aposta da empresa no empreendimento fica por conta do início das operações junto ao mercado de suco NFC. A estratégia é fundamentada. Números da empresa dão conta de que nos últimos quatro anos o segmento cresceu mais de 200%. Segundo Geld, apenas no Brasil o mercado de suco não concentrado cresce 35% ao ano. Para 2010, estima o executivo, a expectativa é de que sejam consumidos no país um bilhão de litros do produto.

Operacionalmente, o NFC também possui particularidades exigindo, assim, a construção de um terminal dedicado. Por não passar pelo processo de concentração, o produto demanda um volume de armazenagem e recursos logísticos 5,5 vezes maiores do que o suco concentrado. Além disso, o NFC a granel exige total assepsia na produção, armazenamento e transporte, o que implica o uso de tecnologia específica em todas as fases do processo, desde a produção até a expedição no cais.

O mercado de suco NFC já causará reflexos para os negócios da companhia. Freitas divulga que em 2007 a LD exportou, apenas de suco concentrado, 200 mil toneladas. Os principais mercados consumidores são a União Européia (70%), Estados Unidos (17%) e o restante é absorvido pela região asiática. De acordo com Freitas, a comercialização de suco não concentrado agregará, depois de consolidadas as operações, de 10% a 15% no volume exportado e a Europa e os Estados Unidos serão os principais destinos de exportação, com 70% e 30%, respectivamente.

Perfil

Com faturamento em 2007 de US$ 2,5 bilhões e previsão de encerrar este ano contabilizando lucros de US$ 3 bilhões, a LD Commodities tem sede em São Paulo, gera mais de 20 mil empregos e opera quatro fábricas de processamento de oleaginosas, sete usinas de açúcar, três fábricas de suco de laranja, dois terminais portuários e mais de 50 armazéns graneleiros.

No Brasil, a companhia tem investimentos previstos de US$ 2,05 bilhões para o período 2004/2010. Deste total, US$ 1,12 bilhão já foram aplicados entre 2004 e 2007. Para o biênio 2008/2010, já estão aprovados mais US$ 932 milhões.

www.ldcommodities.com.br

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