Investimento inclui duplicação da pista do anel rodoviário e construção de 2,3 km de ramal ferroviário
Redução de custos e aumento da agilidade nas operações logísticas são as expectativas de empresários e industriais da região de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, com o anúncio da construção do Terminal Intermodal de Cargas (TICC) na cidade. A ordem de serviço para início das obras de infra-estrutura foi assinada no final do mês de setembro pelo prefeito da capital e a conclusão está prevista para um ano e meio no máximo.
O investimento será de R$ 40 milhões e a previsão é da geração de 18 mil empregos diretos e indiretos. O terminal será construído em uma área de 650 mil m2 localizada às margens do anel rodoviário, entre a BR-163 (saída para São Paulo) e a BR-060 (saída para Sidrolândia). Pela localização geográfica da capital, principalmente em relação ao Mercosul, a expectativa de empresários e diretores de instituições financeiras é da obra mudar o perfil sócio-econômico da cidade, dados os acessos rodo-ferroviário e a possibilidade de integração com as hidrovias Paraná-Paraguai, em Corumbá (MS), e Tietê-Paraná, em Três Lagoas (MS).
Segundo Paulo Salvatore Ponzini, diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Campo Grande (ADGC), o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) está aportando recursos pela primeira vez para um projeto neste formato, daí a necessidade de cuidado na formulação da proposta final: “Existe um recurso inicial disponibilizado pelo DNIT de R$ 23 milhões para o terminal intermodal, que já foi liberado. Mas o projeto pode absorver até R$ 40 milhões, com recursos gerados pelo próprio município de Campo Grande”, afirma.
Obras estruturais
O projeto do terminal prevê uma área para armazéns gerais, para acondicionar cargas em quatro grandes setores dedicados aos produtos transportados em grande escala, como: grãos e farelos, combustíveis, fertilizantes e contêineres. A infra-estrutura do terminal terá obras de pavimentação de quase sete km de vias, construção de 2,3 km de ramal ferroviário, estacionamento com 290 vagas para veículos de grande porte e inclui ainda a drenagem de 700 metros de galerias de captação de águas pluviais.
Para facilitar o acesso ao terminal, a pista do anel rodoviário, localizada em frente ao empreendimento, será duplicada – a circulação interna será feita em pista dupla, com acostamento. Também está prevista a construção de um acesso independente para evitar filas, a ser aberto em períodos de safra e quando houver grande movimentação de cargas.
“A maioria de nossas estradas são ótimas e o nosso aeroporto está bem localizado, mas a situação das ferrovias é precária, em estado de sucateamento. Precisamos fazer um projeto para definir a importância de cada modal”, avalia Ponzini. “Vamos ouvir os diversos segmentos que serão beneficiados diretamente por esta infra-estrutura, como Federação das Indústrias, da Agricultura e de Transportes, entre outras, e verificar qual a expectativa deles em relação à esta iniciativa”. Segundo ele, o projeto é de longo prazo e a plataforma logística deverá ser integrada à outras dos estados do Mato Grosso e Goiás, daí a necessidade da discussão com as entidades organizadas.