Um novo traçado ferroviário, planejado para conectar Mato Grosso ao litoral da Bahia, está em desenvolvimento e promete reduzir gargalos logísticos no Brasil. A ferrovia, com 2.400 quilômetros de extensão, integrará a Ferrovia do Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), unindo as regiões produtoras do Centro-Oeste aos principais portos do país.
O projeto prevê a ligação entre Lucas do Rio Verde (MT) e Ilhéus (BA), passando por diversas cidades ao longo do trajeto. O objetivo é facilitar o escoamento da produção agrícola e industrial, além de impulsionar o desenvolvimento econômico e social nas áreas abrangidas.
Modelo de concessão e financiamento
O governo federal pretende conceder a construção e operação da ferrovia à iniciativa privada, transferindo a responsabilidade de um investimento bilionário que se estende há mais de uma década. Estudos técnicos e econômicos conduzidos pela Infra S.A. devem ser finalizados em breve e enviados à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para análise.
A estratégia de parceria público-privada busca acelerar a conclusão da obra e garantir eficiência na operação da ferrovia.
Avanços em Mato Grosso e na Bahia
No Mato Grosso, a Vale já iniciou a construção de 383 quilômetros da Fico, entre Mara Rosa (GO) e Água Boa (MT), como contrapartida pela renovação antecipada da concessão da Estrada de Ferro Vitória-Minas.
Na Bahia, a construção da Fiol está em andamento. A Bamin Mineração é responsável por 171 quilômetros de trilhos entre Ilhéus e Caetité, mas enfrenta desafios financeiros que podem levar à devolução da concessão. Paralelamente, o governo federal concluiu outros 243 quilômetros, com investimentos que totalizaram R$ 494 milhões em 2024.
Integração com a rede ferroviária nacional
Uma possibilidade em estudo é a transferência da concessão da Fiol para a Vale, o que poderia integrar a nova ferrovia à malha ferroviária nacional. A sinergia entre governo e empresas é considerada um fator-chave para a conclusão das obras.
Impactos do projeto
A ferrovia trará benefícios estratégicos para o país:
- Redução de custos logísticos: O transporte ferroviário é mais eficiente e econômico, aumentando a competitividade das empresas brasileiras.
- Desenvolvimento regional: A obra gerará empregos durante a construção e operação, além de fomentar a economia nas regiões beneficiadas.
- Integração nacional: O novo traçado conectará regiões produtoras aos portos, melhorando o escoamento da produção e a importação de insumos.
- Sustentabilidade: O modal ferroviário emite menos poluentes e tem menor impacto ambiental em comparação ao transporte rodoviário.