A 23ª Carta de Infraestrutura, divulgada pela Inter.B, traz estimativas atualizadas dos investimentos em infraestrutura para os anos de 2023 e projeções iniciais para 2024. Os números revelam uma realidade desafiadora, com os investimentos públicos e privados apresentando uma trajetória que oscila em torno de 1,83% do PIB no triênio 2022-24, ainda abaixo do necessário para atender às demandas do país.
O documento destaca que, mesmo com o espaço fiscal ampliado pela PEC da Transição em 2023 e o lançamento do novo PAC, os investimentos públicos federais em infraestrutura não avançaram significativamente, refletindo possíveis obstáculos como a fragmentação de recursos por emendas e dificuldades na execução de obras públicas.
Diante das restrições fiscais estruturais, a modernização da infraestrutura passa a depender cada vez mais dos investimentos privados. Nesse contexto, a segurança jurídica, previsibilidade regulatória e melhoria da governança dos investimentos públicos são fundamentais para atrair recursos domésticos e externos.
A análise setorial revela que os investimentos em energia elétrica e ferrovias estão em ascensão, impulsionados por iniciativas privadas e privatizações. Por outro lado, setores como telecomunicações enfrentam desafios, com reestruturações e transições tecnológicas impactando os investimentos.
No que diz respeito aos transportes, os investimentos se expandem, porém, ainda há deficiências na gestão e modelagem das concessões, especialmente no setor rodoviário. A necessidade de priorizar investimentos em mobilidade urbana é evidenciada, visando enfrentar os desafios de infraestrutura nas regiões metropolitanas e cidades médias.
A dinâmica público-privada nos investimentos tem ganhado destaque, com os investimentos privados ocupando uma parcela significativa, porém insuficiente para atender às necessidades de modernização. Restrições fiscais e desafios de governança são apontados como obstáculos para uma maior participação estatal.
Em suma, a Carta destaca a urgência de uma agenda ampla que combine iniciativas legislativas favoráveis ao setor privado, reforço na governança dos investimentos públicos e busca por recursos externos. Essas ações são cruciais para impulsionar os investimentos em infraestrutura e promover o desenvolvimento sustentável do país, de acordo com a análise realizada pela Inter.B.
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