A chegada da rede 5G é esperada com expectativa pelos brasileiros para terem acesso a uma internet mais veloz e prática. No entanto, a tecnologia deverá ficar concentrada nos grandes centros. Ou seja, quem estiver nas estradas não deverá perceber nenhuma mudança em relação ao cenário atual.
De acordo com os dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), apenas 4,32% do território brasileiro possui cobertura 3G e 12,45% o 4G. Para o setor de transporte de cargas, a quinta geração de rede permitirá a otimização do acompanhamento dos caminhões.
"A mudança é que vamos conseguir trafegar com dados mais altos e automaticamente conseguiremos ver a câmera em tempo real nos caminhões. Hoje conseguimos ver com o 4G, mas é ruim. Não há uma revolução, é só uma melhoria que vai dar um passo a mais no tráfego de dados", explica Eduardo Ghelere, diretor executivo da Ghelere Transportes.
LEIA TAMBÉM: DACHSER implementa internet das coisas no transporte de cargas de longas distâncias na Europa
No entanto, os rastreadores instalados nas frotas de caminhão necessitam de uma conexão mínima 3G para funcionar e possibilitar o monitoramento e a segurança da carga e do transportador. Atualmente, com a desconexão de rede, é comum que os motoristas precisem andar quilômetros para conseguir pedir ajuda quando há algum problema com o veículo.
"Não adianta ter o 5G nos grandes centros, se para o nosso setor não impacta tanto quanto ter o 3G na beira da pista. Temos um caminhão que raramente quebra, mas se acontece é no fim de semana, onde o celular não tem sinal e o motorista precisa andar um quilômetro para falar que o veículo quebrou. Sabemos que ele está parado, mas não sabemos se ele está na beira da pista ou num posto de gasolina., pontua Ghelere.
A Anatel prevê a instalação do 5G nas rodovias, mas não divulgou detalhes sobre calendário e prioridades.