O governo federal divulga que, no primeiro leilão de ativos de infraestrutura incluído no programa Pró-Brasil, arrecadou R$ 505 milhões em outorgas com as concessões de dois terminais de celulose no Porto de Santos (SP). O grupo Eldorado Brasil Celulose arrematou o STS14 com um lance de R$ 250 milhões. Já o terminal STS14A foi arrematado pelo grupo Bracell SP Celulose por R$ R$ 255 milhões. As empresas vencedoras ofereceram maior valor de outorga e ganharam o direito de administrar as áreas por 25 anos.
A Eldorado, representada pela corretora Bradesco, chegou a oferecer maiores valores de outorga para as duas áreas. Mas, como as regras do edital são claras em não permitir que um mesmo grupo opere os dois terminais, a fim de garantir a concorrência do certame, a empresa optou pelo terminal STS14. Os leilões foram realizados por meio da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e marcam a retomada do programa de concessões do governo após a pandemia.
Os leilões chegam para consolidar uma nova lógica de otimização do uso de áreas no porto. Dessa maneira, a movimentação das cargas se dará de forma mais setorizada e efetiva, conforme o novo Plano de Zoneamento e Desenvolvimento (PDZ). Com os próximos acessos ferroviários que serão construídos em Santos, que vão permitir integração com as linhas da Rumo Malha Paulista e da Ferrovia Norte-Sul, o transporte da celulose, assim como de outras cargas, será feito com base na multimodalidade, uma das grandes premissas do setor de transportes.
Os terminais
Juntos, o STS14 e o STS14A terão investimentos previstos da ordem de R$ 420 milhões, incluindo acessos rodoferroviários, e vão render R$ 110,9 milhões para a Santos Port Authority (SPA). Os dois terminais vão gerar mais de 7,6 mil empregos, entre diretos, indiretos e efeito-renda.
O terminal STS14, que tem área de 44.500 m², será atendido por dois berços localizados no cais público do Macuco, com extensão total de cerca de mil metros. A Eldorado Brasil Celulose deverá realizar investimentos, como a construção de um novo armazém e a aquisição de pontes rolantes, para propiciar o descarregamento ferroviário de uma composição de 67 vagões com 88 toneladas cada em, no máximo, 8,5 horas, por exemplo.
Já a Bracell, vencedora do STS14A, com área de 45.100 m², além de construir um novo armazém e realizar investimentos que permitam o mesmo descarregamento ferroviário do outro terminal, também deverá custear equipamentos que possibilitem remessa de embarque, do armazém para o cais de, no mínimo, 25 mil t por dia.