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Mobilização conjunta

Por Redação em 6 de junho de 2005 às 13h33 (atualizado em 29/04/2011 às 10h53)

Os problemas de acesso viário à margem esquerda do porto de Santos, no Guarujá, rumam para soluções, algumas de curto prazo. Desse lado do porto encontram-se os terminais da Santos Brasil (Tecon), da Localfrio, Cargill, Cutrale, Dow Quimíca, Tefer, Mesquita, Fassina e Suporte Cargo, entre outras, que movimentam, entre cargas conteinerizadas e a granel, nada menos que 4 mil caminhões/dia, segundo aponta estudo encomendado a uma consultoria especializada em modelagem de transporte e em projetos viários.

Os empresários são unânimes ao afirmar que a infra-estrutura viária, além de insuficiente para acompanhar o crescimento dessa movimentação, já está estrangulada por três gargalos: o da rua do Adubo - o principal acesso ao porto a partir da rodovia Piaçaguera; o cruzamento dessa via com a movimentada avenida Santos Dumont e, logo a seguir, o cruzamento com a via férrea, da Portofer.

Na rua do Adubo, o problema são os caminhões e outros veículos estacionados irregularmente nas faixas de rodagem da via, deixando livre apenas uma das três pistas. No cruzamento com a Santos Dumont, um semáforo retarda a travessia e, em seguida, o cruzamento com a ferrovia, justamente num trecho em que os trens efetuam manobras, resulta em pelo menos seis horas ao dia de paralisação do tráfego dos veículos que entram e saem do porto.

Inteirada dessa situação, a prefeitura do Guarujá constituiu, no início do ano, um grupo de trabalho denominado "Comitê de Infra-Estrutura Portuária e Retroportuária da Margem Esquerda" para discutir e apontar soluções imediatas. Sob a coordenação da Secretaria Municipal do Planejamento, o comitê é integrado por representantes dos diversos setores que operam o porto, pela Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo, a autoridade portuária), Governo do Estado de São Paulo, Fiesp e Ciesp. O grupo se reúne quinzenalmente desde março e sua existência está em vias de ser oficializada pela Câmara dos Vereadores do Guarujá, o que vai lhe valer o status de comitê consultivo da prefeitura, de caráter permanente.

"O que for possível fazer no curto prazo para maximizar a infra-estrutura viária da margem esquerda, será feito", assegura Mauro Scazufca, gerente de Programa Estratégico da Secretaria de Planejamento e Gestão Integrada da Prefeitura de Guarujá e coordenador do comitê.

Isso significa promover substituição de semáforos, desobstruir a rua do Adubo (mediante colocação de placas proibindo o estacionamento e carga/descarga e fiscalização). "Essas ações deverão estar em campo no início de agosto, provavelmente a partir de investimentos provenientes tanto da prefeitura como das empresas que atuam na margem esquerda do porto", prevê o coordenador.

Para o médio prazo, está prevista a construção de um desvio rodoviário de cerca de 400 metros após a Av. Santos Dumont, de modo que o cruzamento com a via férrea se dê num ponto de menor movimentação de trens. A licitação, ainda sem previsão, está nas mãos da Codesp. "A medida deve trazer redução de 50% a 70% na paralisação do fluxo", avalia.

Para Mauro Scazufca, a somatória dessas ações deve contribuir para aliviar os gargalos existentes e dará fôlego para aguardar as medidas de maior impacto, de âmbito estadual e federal, como a construção de vias perimetrais de acesso à margem esquerda, viadutos, pontes e o túnel ligando as duas margens do porto.

Apoiando essas medidas, Carlos Cesar Meirelles, diretor-adjunto de Novos Negócios do Tecon Santos Brasil, diz que os empresários que operam na margem esquerda querem mais. Eles reivindicam das autoridades competentes o estabelecimento de um planejamento de longo prazo, para que as vias de acesso à margem esquerda não se tornem, num futuro próximo, tão congestionadas como as da margem direita do porto de Santos.

Por isso, anteciparam-se às autoridades e encomendaram um estudo à consultoria Logit Engenharia Consultiva, com o objetivo não só de detectar problemas e identificar os aspectos críticos mas, sobretudo, traçar um quadro a partir da perspectiva de crescimento da movimentação, a fim de se poder evitar futuros transtornos no acesso ao porto.

Previsto para estar pronto em julho, "o estudo vai apontar, por exemplo, por quanto tempo a infra-estrutura existente vai suportar o tráfego", revela Ubiraci de Souza Leal, engenheiro especialistas em transporte e coordenador de Projetos da Logit. (Vera Campos)

www.guaruja.sp.gov.br/
www.logit.com.br

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