O Expresso Araçatuba realizou, no dia 5 de abril, em São Paulo, o Seminário BR-163 – A Caminho do Desenvolvimento, em que foram discutidos os diferentes aspectos que envolvem a Rodovia Cuiabá-Santarém, inclusive com análises de sua viabilidade e as conseqüências que o asfaltamento poderá trazer para a economia e para a sociedade, com grandes perspectivas de crescimento para o Brasil.
Todos os palestrantes afirmaram que a BR-163 precisa de uma solução urgente, pois se encontra em total situação de abandono político e precárias condições de infra-estrutura, dificultando cada vez mais a integração da região Centro-Oeste com o Estado do Pará e, daí, para o exterior e o restante do País.
Durante o seminário, o presidente do Expresso Araçatuba, Oswaldo Dias de Castro Júnior, falou sobre a viagem experimental realizada pela empresa na Cuiabá-Santarém em setembro do ano passado. Ele disse que essa rota é uma excelente alternativa na ligação até Manaus, com redução do trecho fluvial no percurso Santarém-Manaus. A empresa pretende abrir uma filial em Santarém ainda em 2005. "Na época das chuvas, essa rota será feita via Belém; mas, quando a estrada estiver seca, nossos caminhões passarão pela BR-163", disse Castro Júnior.
Além dessa rodovia, os portos fluviais das regiões Centro-Oeste e Norte também precisam melhorar a infra-estrura para acompanhar a demanda. O presidente da Companhia Docas do Pará, Ademir Andrade, disse que possui dois projetos de expansão, devido à perspectiva de crescimento do volume de carga que deverá chegar aos portos paraenses de Santarém e Mirituba.
O primeiro é a construção de um pátio de contêineres, já que o mercado internacional exige que a carga chegue dessa forma, o que exigirá um investimento de R$ 3 milhões. E o segundo é a construção de mais 200 metros de píer, para se chegar ao total de 400 metros de extensão. São previstos R$ 30 milhões para a conclusão da obra, que a Cia. Docas do Pará espera obter junto ao governo federal.
O assessor especial do Ministério dos Transportes, José Roque Marques, por sua vez, afirmou que existe um consórcio de 11 empresários mato-grossenses, ligados à produção de soja, que demonstrou interesse em obter a concessão do trecho de Nova Mutum (MT) a Rurópolis (PA), com 1.034 km, que exigirá um investimento de R$ 1,26 bilhão para pavimentação e recuperação do asfalto.
Além disso, seria necessário o investimento de mais de R$ 1 bilhão para garantir a manutenção de pedágios da rodovia durante o período da concessão, que é de 25 anos.