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Projeto de manutenção da VLI garante a disponibilidade dos ativos

Fast Track, implementado em 2016, já gerou R$ 5 milhões em economia; dois novos pontos de manutenção, em Araxá e Ribeirão Preto, entram em operação nos próximos meses
Por Redação em 12 de junho de 2018 às 9h46 (atualizado às 11h18)

Com o objetivo de tornar a manutenção de vagões mais eficiente, a VLI Logística investiu em um conceito denominado Fast Track. A iniciativa foi implantada, em fase piloto, no Corredor Centro-Leste, que compreende a Ferrovia Centro-Atlântica, em 2016. Esse corredor suporta a demanda da indústria siderúrgica e a exportação de grãos pelo complexo de Tubarão, localizado na capital capixaba, Vitória, bem como cargas de carvão, fertilizantes e combustíveis. O carregamento de grãos é realizado no Terminal Integrador Araguari (TIA), em Minas Gerais, seguindo por um trecho de aproximadamente 1.500 quilômetros até o Porto de Tubarão, no qual a VLI utiliza as moegas 2 e 3.

O gerente geral de Engenharia Ferroviária da VLI, João Silva Júnior, explica a funcionalidade da solução. “Podemos comparar o Fast Track com o pit-stop da Fórmula 1. No automobilismo a parada contempla o abastecimento e a troca de pneus e tem como meta ser o mais ágil possível. Na ferrovia nós aproveitamos paradas programadas dos vagões para realizar a manutenção fora da oficina, que contempla inspeções, trocas de componentes de freios, truques e, principalmente, a troca de rodeiros sem fracionamento do trem”, diz.

De acordo com o executivo, essas e outras ações tornam as operações mais eficientes. “Quando ocorre uma parada de abastecimento, podemos aplicar o Fast Track. O mesmo acontece quando trocamos o maquinista do trem ou quando os vagões saem do descarregamento ou carregamento nos portos e terminais. Enxergamos pequenos intervalos de tempo como oportunidades para checar o ativo, executar reparos leves e médios para garantir maior disponibilidade para a operação.”

Segundo Silva, antes do Fast Track a manutenção de vagões – corretiva ou preventiva – dependia do envio dos ativos para uma oficina. Com isso, conta, havia redução na disponibilidade dos ativos para a operação.

Para solucionar esses gargalos, os profissionais envolvidos no projeto analisaram uma série de variáveis, como a demanda de manutenção de vagões e também a disposição de locais ao longo do corredor que poderiam receber as equipes de inspeção e reparo. Após a definição de local, foram realizadas avaliações de quais atividades são realizáveis, de acordo com o tempo disponível para intervenção. A partir desses inputs, foi criado um plano de aquisição e mobilização de recursos, assim como o plano de certificação e capacitação dos colaboradores envolvidos.

Os resultados já são mensurados. Com o projeto e o aproveitamento das paradas naturais para inspeção e reparos, a VLI conseguiu, de acordo com o executivo, reduzir em 45% e 56% o envio de vagões para a oficina em 2016 e 2017, respectivamente. O tempo médio dos reparos pode variar de poucos minutos até 1h30. A troca de chavetas e sapatas não passa de dez minutos e a reparação com maçarico e solda pode chegar, em média, a 90 minutos. A maior disponibilidade dos ativos já representou uma economia de mais de R$ 5 milhões.

Projeto de manutenção da VLI garante a disponibilidade dos ativos
Divulgação

Os próximos passos para replicar o modelo já estão definidos. Silva adianta que há um novo ponto implantado dentro do Corredor Centro-Leste, na cidade de Araxá (MG) e outro em Ribeirão Preto (SP), no Corredor Centro-Sudeste. Sem uma data específica definida, ambos têm previsão de iniciar as atividades nos próximos meses.

Histórico do projeto

O piloto foi aplicado após o descarregamento no porto de Tubarão, momento em que os vagões recebiam a inspeção e reparos rápidos. Após esse primeiro nível de inspeção e reparos, os vagões que ainda apresentam não conformidades são deslocados para o terminal de produtos diversos do porto, área preparada para realização das atividades de médio reparo, como troca de rodeiros, reparações com maçarico e solda e substituição de componentes. Depois da realização dos reparos, caso exista algum vagão que precise ser enviado para a oficina, a operação retira todo o bloco o ativo é separado no pátio para ser enviado à oficina mais próxima, reduzindo a necessidade de manobras nas moegas.

O Fast Track foi desenvolvido por uma equipe de especialistas norte-americanos para a VLI. Desde 2014, a companhia recebe orientações, realizando benchmarking em ferrovias norte-americanas, e monitora junto com esses consultores o andamento das iniciativas. Dentro da companhia sete profissionais de engenharia ferroviária atuaram no desenvolvimento do piloto e na replicação da prática em outros trechos ferroviários.

Segundo Silva, no benchmarking realizado nas ferrovias norte-americanas foi verificado que a maior parte das atividades leves era realizada fora de oficina. “Entendemos que esse modelo geraria ganhos com o aumento da disponibilidade física dos vagões para a operação, na redução do transit time de vagões avariados e de manobras de vagões para oficina e na revisão dos projetos das novas oficinas, graças à redução do número de slots necessários”, afirma.

Ao todo, o piloto do projeto demandou 18 meses entre a fase de benchmarking e o estudo das características locais até a implantação.

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