O Porto de Pecém (CE) recebeu, nesta semana, dois guindastes do tipo STS (ship to shore) adquiridos pela APM Terminals, empresa que administra e opera a instalação portuária. Os equipamentos têm aproximadamente 87 metros de altura e pesam 1.600 toneladas. Com capacidade para movimentar 65 toneladas em contêineres e 100 toneladas para cargas especiais, eles operam simultaneamente dois contêineres de 20 pés e um de 40 pés.
Com os novos guindastes, o porto se torna capaz de trabalhar com os mais modernos e maiores navios porta-contêineres, com 400 metros de comprimento e 56 metros de largura, que chegam a carregar até 18.000 TEUs. Os 68 metros de lança permitem que eles alcancem até a 22ª fileira de contêineres dentro das embarcações.
“A expectativa é que, com a expansão do Canal do Panamá, esses grandes navios sejam cada vez mais comuns em serviços que atendem a América Latina”, explica Ricardo Arten, diretor-superintendente da APM Terminals no Brasil. “Os STS vão contribuir para o aumento da movimentação por Pecém”, diz Danilo Serpa, presidente da Companhia de Integração Portuária do Ceará (Cearáportos). “Em breve, quando começarem a operar, o fluxo de saída e entrada de mercadorias será bem mais eficiente”, completa o executivo.
Os guindastes fazem parte de um investimento de aproximadamente R$ 100 milhões realizado pela APM Terminals para a aquisição de equipamentos, incluindo ainda empilhadeiras e terminal tractors. Além disso, o Governo do Estado do Ceará, que gerencia o Complexo Portuário de Pecém por meio da estatal Cearáportos, investiu R$ 600 milhões em obras de ampliação de cais. Os aportes públicos e privados integram um projeto de longo prazo para que o Porto de Pecém seja o principal concentrador e distribuidor de cargas do Norte e do Nordeste do Brasil.
Como reflexo dos investimentos, a APM Terminals espera incrementar os volumes de Pecém em 20% ainda neste ano, superando os 180.000 TEUs movimentados em 2015. Para isso, a empresa trabalha na atração de novas linhas e no desempenho dos guindastes, com o objetivo de assegurar que os índices de produtividade alcancem patamares de excelência global.
“A eficiência de um terminal é um fator decisivo para os armadores definirem em qual porto irão operar. Por isso, selecionamos criteriosamente 34 operadores para participarem de 130 horas de treinamento nos guindastes. O objetivo é que a média de produtividade por equipamento seja de 26 movimentos por hora (mph) em 2016 e exceda os 35 mph no próximo ano”, conclui Arten.