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Veto ao projeto de desoneração da folha de pagamento ameaça 16 mil empregos nos maiores operadores logísticos do Brasil

Sem prorrogação do benefício, empresas associadas à ABOL preveem demissões em massa e impactos financeiros de meio bilhão de reais em 2024
Por Redação em 14 de dezembro de 2023 às 11h53
Veto ao projeto de desoneração da folha de pagamento ameaça 16 mil empregos nos maiores operadores logísticos do Brasil
Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil

O futuro dos maiores Operadores Logísticos do Brasil está em xeque, alerta a Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL), caso o veto ao Projeto de Lei 334/2023 não seja derrubado pelo Congresso Nacional antes do recesso legislativo, marcado para iniciar em 22 de dezembro. Segundo um levantamento recente da ABOL, as empresas filiadas à entidade estão programando demitir cerca de 16 mil funcionários em 2024, além de cancelar as 18 mil novas vagas previstas para o próximo ano, caso o projeto de desoneração da folha de pagamento não seja prorrogado.

Os impactos financeiros previstos são significativos, totalizando R$ 500 milhões somente em 2024. Essas perdas estão associadas ao cancelamento de projetos logísticos, contratos que não poderão ser atualizados na mesma proporção e outros fatores. A diretora presidente da ABOL, Marcella Cunha, ressalta que os cálculos são conservadores e que algumas empresas sentirão os efeitos de maneira mais agressiva, comprometendo seriamente o futuro de seus negócios.

Os operadores logísticos desempenham um papel vital na economia brasileira, oferecendo serviços integrados de logística, desde transporte até armazenagem e gestão de estoque, abrangendo diversas atividades econômicas, do agronegócio ao e-commerce. Com instalações em todo o país, essas empresas são responsáveis pela geração de dois milhões de empregos, entre diretos e indiretos.

A pesquisa conduzida pela ABOL, junto aos 32 Operadores Logísticos associados, revela a preocupação com a qualidade dos serviços e a viabilidade financeira, prejudicadas pelo veto presidencial. Há uma semana, após a decisão do presidente Lula (PT), a Associação emitiu um posicionamento dos operadores logísticos, agora atualizado com informações sobre os efeitos a curto e médio prazos no setor.

A maior parte dos empregos ameaçados, mais de 80%, está sob o regime CLT, representando 71% do total de gastos com mão de obra pelos operadores. Marcella Cunha destaca: "Os efeitos da não prorrogação serão em cascata: irão comprometer a qualidade dos serviços, causar aumento nos preços e contribuir para o crescimento da informalidade no país". A ABOL e seus associados estão empenhados em sensibilizar o Congresso Nacional para a urgência de derrubar o veto e garantir a continuidade da desoneração da folha de pagamento até 2027.


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