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Crescimento econômico do Brasil supera expectativas e inflação preocupa, aponta BC

Pela segunda semana seguida, Banco Central aumenta expectativa e prevê crescimento de 2,56% da economia brasileira
Por Redação em 5 de setembro de 2023 às 11h37
Crescimento econômico do Brasil supera expectativas e inflação preocupa, aponta BC
Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil
Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil

Pela segunda semana consecutiva, as perspectivas para o crescimento da economia brasileira em 2023 superaram as estimativas anteriores, com a previsão agora atingindo 2,56%, um aumento em relação aos 2,31% previstos anteriormente. Esses números foram revelados no boletim Focus divulgado hoje (4), uma pesquisa semanal realizada pelo Banco Central (BC) que acompanha as projeções dos principais indicadores econômicos.

Para o próximo ano, a expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 1,32%. Além disso, o mercado financeiro prevê uma expansão contínua para os anos de 2025 e 2026, com um aumento do PIB de 1,9% e 2%, respectivamente.

No segundo trimestre de 2023, a economia brasileira surpreendeu positivamente, registrando um crescimento de 0,9% em comparação com o primeiro trimestre do mesmo ano, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao segundo trimestre de 2022, o crescimento econômico brasileiro foi ainda mais notável, atingindo 3,4%.

No acumulado dos últimos 12 meses, o PIB brasileiro registrou uma alta de 3,2%, e no primeiro semestre de 2023, a economia cresceu 3,7%.

Inflação em destaque
As projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a medida oficial da inflação no Brasil, também sofreram ajustes recentes. A estimativa agora é de um aumento de 4,92% em 2023, em comparação com os 4,9% previstos anteriormente. Para 2024, a expectativa é de que a inflação seja de 3,88%, enquanto as projeções para 2025 e 2026 apontam para uma inflação de 3,5% em ambos os anos.

A previsão atual para a inflação em 2023 ultrapassa a meta de inflação estabelecida pelo Banco Central, que é de 3,25%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Portanto, o limite inferior é de 1,75% e o limite superior é de 4,75%.

Segundo o Banco Central, o risco de a inflação oficial ultrapassar o teto da meta em 2023 é de 61%, conforme indicado no último Relatório de Inflação.

Taxa de juros em queda
Para combater a inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, conhecida como Selic, atualmente definida em 13,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). No entanto, em resposta à redução da inflação, o Copom iniciou um ciclo de redução da Selic no mês anterior.

A última vez que o Banco Central reduziu a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica causada pela pandemia de COVID-19. Após essa redução, o Copom aumentou a Selic em 12 ocasiões consecutivas, começando em março de 2021, devido ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis. A partir de agosto do ano passado, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete reuniões consecutivas.

As previsões do mercado financeiro indicam que a Selic deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano, caindo ainda mais para 9% ao ano até o final de 2024. Para os anos de 2025 e 2026, a projeção é de que a taxa básica de juros permaneça em 8,5% ao ano.

Impacto na demanda e na economia
A decisão do Copom sobre a Selic tem um impacto significativo na economia. Aumentos na taxa básica de juros são usados para conter uma demanda excessivamente aquecida, o que pode influenciar os preços, uma vez que juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Por outro lado, a redução da Selic tende a baratear o crédito, estimulando a produção e o consumo, o que pode reduzir o controle sobre a inflação e impulsionar a atividade econômica.

Previsão do dólar
Finalmente, o mercado financeiro projeta uma taxa de câmbio de R$ 4,98 para o final de 2023. Para o final de 2024, a previsão é de que o dólar americano se estabilize em R$ 5. Essas previsões refletem a complexa dinâmica dos mercados financeiros globais e locais.

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