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Transporte de telescópio mobiliza quase 100 pessoas no sul de Minas Gerais

Avaliado em R$ 12 milhões, o telescópio é usado para monitorar lixo espacial, evitando alterações no posicionamento de satélites e possíveis colisões com foguetes
Por Redação em 15 de dezembro de 2016 às 14h19

A região de Itajubá e Brazópolis, no Sul de Minas Gerais, recebeu recentemente um telescópio de 23 toneladas. O equipamento, denominado PanEos, chegou à cidade em quatro contêineres de 40 HC e está sendo instalado no Pico dos Dias, a 1.864 metros de altitude.

Avaliado em R$ 12 milhões, o equipamentoo é usado para monitorar lixo espacial, evitando alterações no posicionamento de satélites e possíveis colisões com foguetes. A carga, de origem russa, chegou pelo Porto de Santos (SP) e foi despachada para o porto seco de Varginha pela Bretas Broker Comércio Exterior e pela AZ Log Logística Internacional.

O transporte do equipamento enfrentou uma série de desafios, a começar pela comunicação com a equipe da agência espacial russa Roscosmos, responsável pelo projeto de monitoramento espacial e pela montagem do equipamento. “Tivemos que encontrar um tradutor de russo para português com experiência na área de astrofísica, para que pudéssemos entender todos os detalhes da operação e as características particulares do equipamento, além de planejar com exatidão a operação, que está sendo desenhada há mais de um ano”, destaca Redilton Bretas, diretor da Bretas Broker.

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A liberação da carga no Porto de Santos foi outra dificuldade, uma vez que o telescópio é um produto bastante específico e vem desmontado – o que não torna possível a sua identificação pelos auditores da Receita Federal. Por isso, foi preciso acionar um perito certificante nomeado pela própria aduana, com competência na área, que está acompanhando toda a montagem do equipamento e somente pode emitir o laudo para o desembaraço aduaneiro depois que o telescópio estiver completamente montado. “Conseguimos uma liberação incomum para a montagem do equipamento no Pico dos Dias, antes do seu desembaraço aduaneiro, por ser uma carga extremamente delicada e que não pode ser movida de um ponto a outro após a sua montagem”, destacou Redilton.

“Devido à complexidade do equipamento e ao seu alto valor tecnológico, ele necessita ser manuseado e montado por técnicos do próprio fabricante. Esses técnicos são de nacionalidade russa e somente essa equipe treinada e perita tem condições de separar e manusear adequadamente cada item e montá-los de maneira correta para que, então, se forme o telescópio”, explicou Bruno Albernaz, da AZ Log.

Além das questões burocráticas, foi preciso um cuidado especial no desembarque e no transporte rodoviário, por ser uma carga extremamente sensível. “A desova teve de ser feita com todo o cuidado para não comprometer o equipamento. Além disso, tivemos que transportar as partes maiores do telescópio em uma estrada muito estreita e íngreme, que dá acesso ao topo do Pico dos Dias. Ao todo, tivemos cerca de 30 pessoas envolvidas nessa etapa”, diz Albernaz.

Devido à grande altitude do local de instalação e à dificuldade de acesso, foi necessário um acompanhamento dedicado, equipamentos adequados e um planejamento cuidadoso feito pelas empresas. Foi elaborado ainda um estudo com a melhor rota, desde a saída da fábrica na Rússia até a instalação no Brasil, levando em consideração a rota com menor risco de avarias no equipamento.

Por se tratar de pesquisa científica e entrada temporária da mercadoria (prazo de três anos, prorrogável por mais três), a equipe de logística efetuou também uma análise criteriosa para enquadrar o projeto no Regime Aduaneiro Especial de Admissão Temporária para Pesquisa Científica, na qual houve primeiramente a autorização do projeto pelo Conselho Nacional de Pesquisa Cientifica (CNPq) e, posteriormente, houve a autorização da Receita Federal para que se fizesse o processo de Admissão Temporária.

As equipes da Bretas Broker e da AZ Log conseguiram ainda a exoneração do ICMS referente à mercadoria, uma vez que Receita Estadual de Minas deferiu o pedido de suspensão desse imposto incidente na importação enquanto vigorasse a pesquisa. “Todo esse trabalho de enquadramento foi feito com bastante cautela. Devido à nossa experiência e conhecimento da legislação, conseguimos com êxito o atendimento dos órgão competentes”, diz Redilton.

O local de instalação e operação do equipamento foi selecionado considerando vários aspectos técnicos, operacionais e logísticos. O Pico dos Dias fica situado na divisa dos municípios de Brazópolis e Itajubá e tem a altitude de 1.864 metros em relação ao nível do mar. Esse local é ideal para a operação do equipamento, pois além da altitude favorável, apresenta clima ameno e céu claro na maior parte do ano e, principalmente, uma estrutura adequada, pois é onde se concentram outros telescópios operados pelo Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), havendo assim pesquisadores e operadores aptos a operar o novo telescópio.

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