No dia 8 de junho, a Continental abriu as portas de sua pista de teste de pneus para a Revista Tecnologística e para profissionais do segmento. O local fica na cidade de Uvalde, no interior do Texas, nos Estados Unidos. Lá, foram realizados testes com os produtos da marca e a introdução de um novo modelo de pneu para empilhadeiras, além de apresentações esmiuçando todas as tecnologias envolvidas na fabricação de seus itens.
O Uvalde Proving Grounds está em uma localização estratégica: a região é ideal para a realização de testes, pois o ambiente rural combinado com a alta segurança garante a confidencialidade no teste de produtos que ainda serão lançados. Lá é possível encontrar pista seca, molhada, de terra, com diferentes aderências e outras instalações que simulam condições extremas.
Durante o evento, uma série de testes foram realizados com os pneus Continental e seus principais concorrentes. Um deles envolveu pneus superelásticos (também conhecidos no mercado como maciços). O teste consistia em rodar com empilhadeiras de forma ininterrupta e em velocidade total, até que algum dos pneus colapsasse. “Esse teste é chamado de endurance test, ou seja, de resistência. Ao rodar durante muitas horas, o pneu aquece tanto que, por dentro, começa a fundir. A duração do pneu Continental é muito maior devido ao composto de nossa borracha. Os outros pneus absorvem o impacto e a energia vira calor, o que aquece o interior do pneu. Já o nosso reflete essa energia e a transforma em movimento, o que mantém a temperatura interna estável. Um outro teste simples é quicar um pneu no chão. O nosso salta muito mais alto, pois está refletindo a energia aplicada”, explica Vinicius Penna, gerente de Pneus para Veículos Especiais Comerciais da Continental Pneus Brasil.
O teste gerou resultados favoráveis à Continental. A empilhadeira com os pneus do principal concorrente nos EUA registrou uma temperatura, na primeira marcação realizada no teste, de 91 ºC. Já a empilhadeira com pneus Continental marcou 76º C. Em uma nova medição, uma hora depois, o produto concorrente registrou 147º C e o da Continental, 115 ºC. Na última medição, três horas depois da segunda checagem, o pneu Continental apresentava uma temperatura de 137 ºC e o da concorrente estourou e começou a derreter, com uma temperatura de 175 ºC. “Por isso é importante medir a temperatura. O composto intermediário é o coração do pneu superelástico e tem que estar frio o tempo todo”, diz Penna. É importante ressaltar que o clima do dia era de 34 ºC, com sensação térmica e temperatura de asfalto bastante elevadas, já que se trata do clima desértico do Texas durante o verão.
Em outra estação de testes, o intuito foi aplicar uma metodologia para medir a resistência ao rolamento. Duas empilhadeiras, uma com pneus Continental e outra com pneus da principal concorrente no Brasil, foram colocados em uma ladeira e soltas com o motor desligado, até que a gravidade e a resistência do solo parassem a máquina totalmente. A empilhadeira com o pneu Continental parou vários metros à frente da concorrente. “A baixa resistência ao rolamento dos pneus faz com que seja economizado combustível e tempo de vida do produto”, explica Penna. Também foram realizados testes de freio em pista molhada e de aderência em pista seca. Os dois últimos foram feitos com carros de passeio, porém, a tecnologia evidenciada se aplica a todos os pneus da linha Continental.
Durante o evento, a empresa exibiu para os participantes o pneu superelástico SC 20 Mileage+, lançamento que será apresentado na CeMAT South America 2015. O modelo possui um novo composto de borracha que contém em sua composição cadeias com conexões de enxofre que potencializam durabilidade e quilometragem. O pneu é indicado para aplicações exigentes ao ar livre, incluindo superfícies altamente abrasivas, como pisos de concreto, pedras ou paralelepípedos, e também está disponível na versão não-manchante, mais utilizado em fábricas e armazéns.
A Continental anunciou ainda sua entrada no mercado de pneus para veículos de mineração e para linha amarela (máquinas de construção), que acontecerá efetivamente em 2016. A empresa também explicou o funcionamento de sua ferramenta ContiCollege 2.0, plataforma on-line e gratuita de cursos do segmento de pneus disponível para qualquer pessoa; do projeto ContiChallenge, em que a empresa garante o melhor custo benefício para os clientes, com o comprometimento de pagar em dobro caso o cliente consiga provar que o produto concorrente supera o pneu da Continental; e o Mileage Energy Calculator, aplicativo para tablets e celulares que consegue calcular, de forma aproximada, o tempo que um pneu irá durar, levando em consideração a aplicação, o tipo de solo, o tipo de veículo utilizado, entre outros fatores.
Para os executivos da empresa, a participação do Brasil nesse tipo de demonstração é um reflexo do crescimento da presença da companhia no país. “O Brasil não possui um mercado fácil, mas nós estamos trabalhando duro nele. E conseguimos crescer muito nos últimos cinco anos. Só no ano passado foram mais de 41%”, diz Federico Jiménez, gerente de Marketing e Vendas das Américas da Continental.
“Nossa estratégia é alcançar novos clientes, novos representantes e ir a novos lugares. Estamos mais presentes no Norte do país, por exemplo, além de termos aumentado nossa atenção para a venda em portos. Esses são mercados que não atingíamos tanto anteriormente. Nosso crescimento no ano passado não teria sido possível se não fossem os novos clientes”, diz Penna. “A importância desse tipo de evento é mostrar para quem não está tão presente nas operações a qualidade do nosso produto, criar uma proximidade e poder testar na prática”, completa.