Supply chain para todas as Américas

Como o título sugere, implementar um supply chain efetivo, que beneficie a toda a região, vai além das fronteiras locais. "Fala-se muito em integração, mas a verdade é que pouco nos conhecemos. Daí a escolha de Miami, que é um ponto de união das Américas Latina e do Norte", diz César Lavalle, do CEL/Coppead e membro do comitê organizador do seminário. "Esta é uma oportunidade muito interessante, principalmente para a comunidade norte-americana, de conhecer o que há ao seu redor", acredita.

Ele conta que foi um dos mentores da idéia do seminário, que nasceu em 2003 justamente com a intenção de unir as várias Round Tables (seções regionais do CLM). "As Round Tables cresceram muito pelo mundo, só que são iniciativas regionalizadas, locais. E, se a idéia dessas seções é internacionalizar o CLM, nada melhor do que juntar todas em um único local, para discutir questões comuns. A idéia deu tão certo que a Ásia já organizou seu seminário e a Europa pretende fazer o mesmo", diz o professor.

Esse segundo seminário irá oferecer três seções gerais e 15 palestras, ministradas por especialistas, dedicados a explorar os desafios, preocupações e possibilidades econômicas dos negócios de interesse da região. Um dos pontos altos será a palestra do professor Donald Bowersox, um dos "papas" da logística mundial, que irá falar sobre "As Dinâmicas do Supply Chain para o Século XXI". Bowersox é um dos fundadores do CLM e professor da John McConnell University, do Departamento de Marketing e Supply Chain Management da Michigan State University (EUA).

A preocupação com a criação da Alca permeia o seminário, e será o tema da Seção Geral de encerramento, no dia 27 de abril. A seção terá a participação de especialistas de vários países, que darão uma breve visão individual da questão, sob o ponto de vista local, para depois responder às questões da audiência.

Para Lavalle, o seminário é uma oportunidade única de olhar as várias facetas da Alca. "Além da logística, há diferenças importantes como a cultura, moedas e legislações, entre outras. É importante que se conheça essas diferenças para avançar na integração". Para ele, está havendo uma mudança importante no conceito de logística internacional, que antes era vista como um "quintal" do comércio exterior. "A logística internacional é algo muito maior, e é preciso pensar grande".

O pesquisador destaca, negativamente, o baixo comparecimento de executivos brasileiros nos eventos internacionais, o que demonstra falta de visão das empresas nacionais. "Se o comércio exterior é o futuro, é preciso ir até ele, fazer contatos lá fora, ver o que se passa no mundo. A crise é que é a hora de investir, de semear para o tempo das vacas gordas. Certamente, quem for agora terá grandes vantagens competitivas na retomada da economia", ressalta.

Ao seu lado como chairperson do seminário, Cesar Lavalle tem James Mahoney, consultant and partner do Latin America Strategic Advisors; Paul Bender, presidente da P.S. Bender and Company LLC; Thomas Ming, vice-presidente de Business Development da Crowley Logistics; e Dale Rogers, PhD e professor de Supply Chain Management da Universidade de Nevada (EUA).