A especialista em seguros lança o “Sem fronteiras” para facilitar as operações no Conesul
Agora os embarcadores de cargas já podem realizar suas operações de transporte no Mercosul, economizando o tempo gasto com os trâmites burocráticos envolvidos na movimentação de cargas entre países do continente sul-americano, com cobertura total dos riscos, através do Liberty Transporte Sem Fronteiras.
Inicialmente, nesta fase de pré-lançamento, a iniciativa vai beneficiar a operação entre o Brasil, Argentina e o Chile com perspectivas de expansão, em curto prazo, para a Venezuela e a Colômbia.
Segundo Luiz Carlos dos Santos, diretor de Transporte da Liberty, a empresa está otimista com o lançamento porque ele é pioneiro e oferece cobertura total para bens e mercadorias, importadas e exportadas, abrangendo todas as etapas do transporte nos modais aquaviário, terrestre e aéreo.
“Os diferenciais do Liberty Transporte Sem Fronteiras são o amplo contexto de atuação, a agilidade de atendimento e a possibilidade de pagamento de indenização em qualquer um dos países beneficiados pela iniciativa”, explica. E o que possibilita a internalização dos trâmites dos seguros nos países envolvidos no transporte é a operação inter-company, viabilizada pela presença da Liberty Seguros nestes mercados e o conhecimento da legislação em cada um deles.
Segundo Santos, foi a experiência vivida no cotidiano que suscitou a iniciativa, pois os problemas eram comuns nesses locais. “Em uma conversa com o diretor técnico da Liberty Argentina, Facundo Montenegro, chegamos à conclusão que poderíamos trabalhar em conjunto para criar uma alternativa sob medida para o transporte”, conta. Assim nasceu o Sem Fronteiras.
Como o segmento de transportes vem se destacando muito na carteira de negócios da Liberty, com uma participação de 15% do mix de produtos comercializados – o segundo mais cotado logo atrás do ramo de Auto – é oportuna essa solução sob medida que atenda a operação como um todo. “Não há cultura no setor de que a questão do seguro possa ser customizada, com abrangência global e com tempo de ressarcimento quatro vezes menor ao praticado no mercado, quando são envolvidas operações internacionais”, destaca Santos. De acordo com ele, a maioria dos exportadores não faz vendas CIF (Cost Insurance Freight) porque a seguradora não cobre a etapa externa da operação.
Em outras palavras, o novo seguro evita que tanto o embarcador quanto o destinatário da carga no Brasil, Argentina e Chile perca tempo com a burocracia e ‘fragmentem’ o seguro, de acordo com as regras dos mercados interno e externo. “O dono da carga pode fazer um seguro único, compacto, englobando, inclusive o custo do GRIS (Gerenciamento de Riscos), pois a Liberty terá um parceiro especializado no serviço, em cada um dos países, que possa atender às necessidades globais de nosso cliente”, comenta.
Isso não implica, contudo, que o embarcador seja obrigado a aceitar o pacote. “O cliente pode negociar um custo mais compatível se assim desejar, desde que esteja contemplado na formatação do nosso produto”, garante.
Mercado em crescimento
Segundo Santos, a movimentação de cargas entre o Brasil e a Argentina no ano de 2006 alcançou o montante de US$ 16 bilhões, com a expectativa de ter crescido mais de 10% no ano passado – ainda não há números consolidados. Hipoteticamente, de acordo com o executivo, a maior parte desta movimentação não está assegurada – isso porque não há estatísticas, mas dados informais do mercado.
Para a Liberty Seguros, o Brasil é estratégico nos seus planos. Em 2007 o mercado nacional gerou US$ 40 milhões em prêmios, somente no segmento de transportes, e já é o maior de todo o grupo.
Mesmo com as dificuldades sofridas pelo segmento de seguros no ano passado, devido à elevada incidência de acidentes ocorridos nas estradas, decorrentes de problemas de infra-estrutura viária – em especial nas regiões Sul e Centro-Oeste e Minas Gerais – o mercado tende a crescer. “Em 40 anos de atuação neste mercado nunca havia presenciado tamanha crise. A aceleração da economia versus o ‘apagão’ aéreo fez com que a movimentação de cargas migrasse para o modal terrestre, causando um verdadeiro caos e muitas perdas”, resume Santos – a empresa não revela esses números.
O lado positivo dessa história foi a decisão da Liberty de reavaliar a qualidade de sua carteira de clientes, em busca de melhores resultados. E a já demonstrou reação no primeiro bimestre de 2008, com dados positivos, que, por questões estratégicas não serão revelados. “Às vezes enxugar é lucrar”, comenta.