Tecondi ampliará capacidade para 700 mil TEUs

Presidente do terminal afirma que o projeto de expansão permitirá a duplicação do movimento do terminal nos próximos anos

Com a ampliação de suas instalações, incluindo novos berço e retroárea, e a chegada de equipamentos de movimentação, o Terminal Para Contêineres da Margem Direita (Tecondi), localizado em Santos (SP), atingirá uma capacidade instalada de movimentação de 700 mil TEUs anuais, após a conclusão das obras em um prazo previsto de 18 meses. A estimativa do investimento total gira em torno de R$ 170 milhões.

Com o projeto de engenharia já concluído, o Tecondi está na fase final de equalização da proposta comercial e técnica, segundo Cesar Floriano, diretor-presidente do terminal: “Esperamos assinar o contrato e começar as obras ainda neste semestre. Vamos concluir e ampliar o cais semi-acabado para um novo berço de 320 metros – hoje, temos 200 metros no Cais do Corte e 190 metros no ponto 4 do Saboó, ambos com calado de 11,7 m”.

“As obras serão realizadas já com estrutura para atender à dragagem da Codesp, assim teremos um calado de 15 metros para receber os grandes navios que atracarão em Santos, após a conclusão dos trabalhos de aprofundamento do canal”, completa ele. Também foram realizadas obras nos atuais berços, com reforço na estrutura do cais, deixando-os em condições de operar navios maiores – hoje o calado máximo é de 11,7 m.

Além disso, o Tecondi executará as obras de retroárea, ocupando 35 mil metros quadrados: será uma laje de concreto sobre estaqueamento que avançará no estuário, no trecho entre o cais do Corte e o Cais do Armazém 1. Essa área terá capacidade estática de armazenagem de 1.800 TEUs. “Com o projeto de estaqueamento, manteremos o fluxo de água embaixo da laje, sem agredir o meio ambiente, ao contrário do aterro”, afirma Floriano.

O projeto de dimensionamento do cais considerou um espaço para três portêineres, com capacidade para movimentar 45 contêineres por hora/equipamento – a previsão é da colocação inicial de dois em operação e um terceiro em caso de crescimento da demanda. “Na retroárea vamos operar com seis transtêineres, com capacidade de empilhamento de até seis contêineres”, explica Floriano, acrescentando que a tendência é, ao longo do tempo, substituir a maioria dos reach-stackers hoje em operação por novos transtêineres.

“Contamos com o crescimento natural do comércio exterior e o aumento da conteinerização de cargas para chegarmos a esse volume em curto espaço de tempo”, explica Floriano. “Hoje, há muitas cargas novas sendo transportadas em contêineres, como a celulose, que era embarcada em navios especiais, e o minério de ferro, que era impensável ser exportado em contêiner há poucos anos e hoje segue em big bags. Até o ferro gusa e o açúcar já são transportados em contêineres”.

Segundo o diretor-presidente, os volumes atuais dessas novas cargas não são expressivos hoje, mas há uma tendência de expansão com a consolidação de linhas marítimas regulares, em um acompanhamento dos atuais processos mundiais de conteinerização. Neste ano, o Tecondi prevê alcançar a movimentação de 300 mil TEUs, com as instalações atuais.

Futuro

Os equipamentos deverão chegar em 16 meses, mas as operações do cais serão antecipadas para 12 a 14 meses com guindastes do tipo MHC. Com a ampliação, o terminal terá um total de três berços privativos, com capacidade para atendimento simultâneo de 600 navios por ano (hoje, são 350). A expectativa é a de o novo projeto resultar no crescimento da participação do Tecondi no movimento geral de contêineres no Porto de Santos, que no momento é de 12% do total – a meta é conquistar 18% do mercado santista.

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