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DM cresce apostando no Mercosul

Por Redação em 3 de julho de 2007 às 17h25 (atualizado em 26/04/2011 às 17h12)

No mês em que comemora seus 40 anos, empresa anuncia investimentos e prevê crescer 19% em 2007


A DM Transporte e Logística Internacional, empresa especializada no transporte entre o Brasil e países do Cone Sul, comemora no dia 10 de julho seus 40 anos de atividades, iniciadas em 1967 com um único caminhão refrigerado, pelas mãos de Domingos Mincarone. Hoje, a transportadora, com sede em Eldorado do Sul (RS), possui 251 conjuntos cavalo-carreta, cerca de 500 colaboradores – entre eles 370 motoristas – e faturou US$ 31 milhões em 2006.

Para este ano, é esperado um crescimento de 19% no faturamento, atingindo os US$ 37,3 milhões. O faturamento em dólares da empresa cresceu 172% entre 2001, quando foi de US$ 11,4 milhões e 2006.

De acordo com Ricardo Mincarone, diretor-geral da DM, este crescimento se deve à aposta acertada da empresa no crescimento do comércio entre o Brasil, Argentina, Chile e Uruguai – que teve início apenas quatro anos depois da fundação da empresa, em uma viagem a Montevidéu –, e que não foi abandonada nem mesmo nos momentos em que este comércio sofreu abalos, como na recente crise da Argentina. “Nesta época, tivemos uma baixa no faturamento, mas nem por isso abandonamos nossa aposta no transporte internacional, como ocorreu com muitas transportadoras, que se voltaram mais ao mercado interno. Este é um diferencial nosso, pois o cliente sabe que pode contar com a DM a qualquer momento”, afirmou.

Prova dessa aposta é que, do faturamento da DM, apenas 6% provêm de operações com destino e origem no Brasil. Metade das operações se dá entre Brasil e Argentina, 33% entre Brasil e Chile e 11% com o Uruguai.

A empresa também soube adaptar-se à abertura de mercado ocorrida com a criação do Mercosul. Até então, havia poucas empresas permissionadas para a operação entre os países do bloco, mercado este que ficou aberto. A contrapartida foi o crescimento do comércio entre os países, já que o volume de cargas transportadas praticamente quintuplicou desde a criação do bloco.

Outra aposta acertada da empresa, de acordo com ele, foi na carga seca, especialmente nos produtos de maior valor agregado. A DM, que iniciou as operações com um caminhão com baú frigorificado, abandonou completamente este tipo de operação em 1999, dedicando-se exclusivamente à carga seca. “Antigamente, o comércio entre os países envolvia mais carne e frutas, daí a opção pelo frigorificado. Com o passar dos anos este mercado perdeu volume, enquanto que o de cargas secas vem crescendo”, explica Mincarone. A frota da DM é composta hoje em 80% de baús sider, que permitem operações de carga e descarga mais rápidas. As operações são feitas em 90% com frota própria.

Soluções

Para fidelizar o cliente, a DM investe em serviços, tecnologia e recursos humanos. Ela foi uma das primeiras a implementar o Rastreamento On-Line, que permite acompanhar a trajetória da carga em tempo real a qualquer hora do dia, sem área de sombras, em todas as rotas cobertas. Hoje, a frota da empresa é 100% rastreada via satélite, o que permite oferecer atendimento de emergência para cargas de produtos químicos, perigosos ou não, além do gerenciamento de risco e seguro em todos os serviços.

“O Rastreamento On-Line foi um marco divisório na gestão de nossos clientes. Ele evoluiu e hoje temos um arquivo eletrônico com informações completas sobre rotas, tempos e histórico de viagens”, diz Mário Rodrigues, diretor Comercial da DM.

Dentro da proposta de oferecer serviços personalizados, a DM criou também o Viagem Rápida, em que é criada uma operação personalizada para cada cliente de acordo com suas características e necessidades, otimizando as operações e permitindo reduções de custos e transit time. “Praticamente não temos mais tarifa fechada na DM. Fazemos uma análise completa das operações e características da carga do cliente e procuramos a melhor forma de reduzir os custos do frete, reduções essas que podem chegar a 30% em relação aos fretes de mercado. Não queremos vender frete e sim soluções”, resume o diretor.

A empresa adota também tecnologias exclusivas, como o Maxload, que permite simular a montagem das cargas nos caminhões, de forma a otimizar o aproveitamento do espaço, com reduções no frete e no tempo de carregamento.

O investimento na frota é outra característica da DM. De um total de 120 conjuntos cavalo-carreta em 2001, a empresa saltou para 251 em 2007, completados neste mês de julho com a compra de 40 caminhões Iveco Stralis 6x2 e 60 carretas Sider rebaixadas, da Guerra, todos com suspensão pneumática, garantindo a integridade das cargas. Os investimentos da empresa desde 2001 somam R$ 56 milhões, e a aquisição dos novos conjuntos consumiu R$ 16 milhões.

Os cavalos possuem tanques de 1.200 litros e as carretas têm capacidade para 20 toneladas, ou 110 m3 de carga.Esta foi a primeira aquisição de veículos da marca Iveco pela DM, que tem sua frota composta por cavalos da Scania, Volvo e Mercedes-Benz (estes últimos agora desativados), de acordo com o diretor de Operações, José Marcelo Dossa. Segundo ele, os novos caminhões serão tanto para renovação como ampliação da frota, e a opção pela Iveco se deu pelo menor custo-benefício, tanto na aquisição quanto na manutenção.

Rotas alternativas

Recentemente, a DM passou a oferecer, às cargas com destino ao Chile, a opção de cruzar a fronteira pelo Paso de Pino Hachado, ao invés da rota normal pelo Paso Los Libertadores. Pino Hachado fica 800 km ao sul, mas por ser mais baixo não fecha no inverno, problema constante em Los Libertadores. A empresa oferece ainda a opção de passagem por Antofagasta, mais distante, para cargas destinadas ao norte do Chile.

O cliente pode optar pela chamada “Tarifa de Inverno”, pagando US$ 500 a mais por viagem e deixar para a DM a decisão de usar ou não Pino Hachado, de acordo com as condições climáticas; ou fazer a opção viagem a viagem, decidindo pela rota alternativa caso a passagem por Libertadores não seja viável. Neste caso, o custo sobe para US$ 1.000 a mais por viagem. De acordo com Mincarone, cerca de 25% dos clientes têm optado pela Tarifa de Inverno. “Com isso, ele não tem que se preocupar com o transit time da carga, nem com a obtenção de permissões para contratar cada viagem”.

Ainda com o objetivo de agilizar os trâmites de fronteira, a DM inaugurou este ano a filial de Uruguaiana (RS), onde antes operava por meio de um despachante. “É lá que temos necessidade de maior agilidade operacional, pois é onde as complicações e os maiores tempos ocorrem”, afirma Dossa.

A DM também está ampliando sua filial São Paulo, que passará a um novo endereço a partir do segundo semestre. Com área de 2 mil m2, está localizada próxima ao Rodoanel, com saída para as rodovias Anhanguera, Dutra, Bandeirantes e Régis Bittencourt.

Apostas

Embora ainda pertença em 100% à família Mincarone, a DM está hoje profissionalizada. À exceção de Ricardo Mincarone e de sua irmã Rosa Maria, diretora adjunta, todos os diretores e gerentes da empresa são profissionais de mercado. A DM vê com bons olhos a abertura de capital no mercado, mas, segundo Mincarone, aguarda o momento mais propício. “Ainda temos um faturamento pequeno, mas acreditamos que o mercado acionário brasileiro esteja se desenvolvendo rapidamente, abrangendo as médias empresas, e não descartamos a abertura de ações para captação de capital, o que impulsionaria o crescimento da empresa. Acredito que em breve a DM atingirá um nível de faturamento atrativo”, declarou.

Para o futuro, a empresa pretende continuar apostando no mercado internacional entre países do Cone Sul, onde hoje calcula ter cerca de 5% de market share, num mercado pulverizado, com cerca de 600 empresas permissionadas e perto de 200 em operação efetiva.

Os problemas do Mercosul, quase todos de cunho político, não assustam a DM, que acredita no aumento do comércio entre os países, principalmente pelos interesses empresariais envolvidos. “No final, são as empresas que impulsionam este comércio e até definem as regras, mesmo sem entendimento dos governos. Hoje, o comércio entre os países cresce entre 5% e 10% ao ano, e acreditamos que vai seguir aumentando. O capital brasileiro está adquirindo empresas em outros países, o que também é ótimo e futuramente trará um grande impulso ao comércio”, acredita o diretor-geral.

Quanto ao dólar aquecido, a empresa admite que é um desafio diário, mas que a DM tem se saído bem, embora tenha perdido margem. “Mesmo com o dólar caindo à metade do que era há quatro anos, não dobramos nossos fretes em dólares, embora é claro que tivemos que fazer ajustes”, afirma Mário Rodrigues. “Também não embutimos toda a inflação do período”, garante.
“Para tanto, tivemos que fazer a lição de casa, melhorando a produtividade e agregando tecnologia”, diz Mincarone.

www.dminternacional.com

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