FGV-SP fomenta discussão no setor aeroportuário

O Grupo de Economia da Infraestrutura e Soluções Ambientais da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou na última segunda-feira, 27 de maio, estudo sobre a atual situação dos aeroportos brasileiros. De acordo com o coordenador do grupo, o economista e professor Escola de Administração de Empresas de São Paulo, Gesner Oliveira, para que os 20 principais terminais do país atendam ao crescimento da demanda, estimado em 10,8% anuais, será necessário investir, até 2030, entre R$ 25 bilhões e R$ 34 bilhões.

Para Oliveira esses investimentos pelo setor privado sofrem algumas implicações. Um concessionário, como exemplifica o coordenador, que visa o lucro e tem que prestar contas a seus acionistas só fará investimentos no setor se houver boa regulamentação e concorrência para conquistar clientes. No setor de cargas, que é fortemente impactado pela falta se infraestrutura, segundo Oliveira, o tempo de liberação de mercadorias nos aeroportos brasileiros é dez vezes superior à média internacional. “No Brasil esse tempo é de 3.714 minutos ao ano, enquanto no exterior a média é de 324 minutos”, diz.

Estimular a concorrência é uma das saídas propostas, a partir da análise dos dados coletados na pesquisa, para fomentar o segmento no país. Neste ponto, o coordenador faz outra ressalva. “Será preciso limitar a propriedade cruzada. Os sócios de um aeroporto não poderão ter influência sobre outro terminal”, afirma. Para ele, apenas desta maneira será possível obedecer algumas das variáveis da competição, como tarifas, qualidade dos serviços e tempo operacional.