A Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) divulgou, no dia 1º de junho, os resultados da edição 2022 do estudo Perfil do Operador Logístico, encomendado junto ao Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). A pesquisa, realizada desde 2014 e com a última versão divulgada em 2020, traz detalhes sobre a importância, a evolução e o papel do setor, mapeia desafios e anseios das empresas e busca trazer mais visibilidade e informações ao mercado.
De acordo com o estudo, os operadores logísticos brasileiros registraram, em 2021, uma receita operacional bruta (ROB) de R$ 166 bilhões e garantiram 2 milhões de empregos, entre diretos e indiretos, o equivalente a 2% do total de pessoas empregadas no Brasil. Além disso, arrecadaram R$ 44 bilhões em tributos e transportaram um total de 391 milhões de toneladas de cargas.
O levantamento contemplou um universo de mil empresas, incluindo as associadas da Abol, que atenderam os pré-requisitos do Ilos, baseados na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae) e nos serviços oferecidos. “Além de ampliarmos a base, dividimos as empresas em pequeno, médio e grande portes, revelando o comportamento de cada grupo diante, por exemplo, do cenário político e econômico brasileiro”, destaca a diretora executiva da Abol, Marcella Cunha.
Desde a edição 2020 da pesquisa, houve um incremento na atuação regional dos operadores, passando de 25% para 44% no Norte, 43% para 58% no Nordeste, 37% para 62% no Centro-Oeste, 63% para 75% no Sul e de 92% para 97% no Sudeste. O crescimento nos setores atendidos também foi constatado pelo estudo. Em relação a 2020, a presença dos operadores aumentou em 12% na área de cosméticos, 16% no comércio eletrônico, 14% no setor de produtos de limpeza e 12% na área de tecnologia industrial e de serviços.
A pesquisa mostra ainda que, embora os operadores logísticos nacionais tenham preferência clara por operar em segmentos de alto valor agregado, há uma tendência de ampliação. “No caso do e-commerce, a presença cada vez maior do operador logístico, um dos reflexos da pandemia, está relacionada ao potencial do mercado em trazer muito volume a um nicho que está crescendo a taxas mais altas do que outros setores”, explica Marcella.
Os operadores logísticos realizaram R$ 18 bilhões em investimento em 2021, destinados em especial para a modernização das instalações e infraestrutura e softwares, priorizando a integração tecnológica com clientes e fornecedores. Houve também uma forte tendência de investimentos em startups e logtechs por quase metade dos operadores no ano passado.
Iniciativas sustentáveis, qualificação de mão de obra e contratação de funcionários, prioritariamente via CLT, foram outros pontos destacados na pesquisa. “O desenvolvimento de áreas ESG também vem aumentando no Brasil como uma tendência mundial, já que há um entendimento de que os negócios precisam se sustentar a longo prazo. Nesse sentido, observamos um avanço dentro das organizações, com os de grande porte na liderança e os pequenos vindo na sequência, focando no crescimento”, analisa a diretora.
“A pesquisa permite um conhecimento amplo do setor, relevando as suas particularidades e necessidades macro, principalmente após dois anos de pandemia e outros obstáculos no meio do caminho que comprometeram o supply chain internacional. Podemos dizer que a resiliência é a principal característica dos operadores logísticos, já que houve recuperação e desejo pelo desenvolvimento e inovação”, conclui Marcella.