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Acidentes chegam a 90 mil por ano

Por Redação em 5 de dezembro de 2005 às 17h36 (atualizado em 28/04/2011 às 15h14)

A Pamcary, empresa do ramo de seguros de transporte de cargas e gerenciamento integrado de riscos de operações logísticas, está divulgando os resultados de um amplo estudo sobre acidentes no transporte rodoviário de cargas, realizado pela própria empresa. A Pamcary monitora mensalmente mais de 350 mil viagens rodoviárias de veículos de carga e faz cerca de cinco mil atendimentos anuais a acidentes com caminhões. O levantamento estima que os acidentes com veículos de carga no Brasil cheguem a quase 90 mil por ano. O número de mortos e feridos graves é de 12 mil por ano – sendo os motoristas 1/3 das vítimas.

Na pesquisa, foram analisados 80 diferentes pontos em cada um dos 4,2 mil acidentes atendidos pela empresa entre julho de 2004 e julho de 2005. Também foram levados em conta no estudo os históricos de 15 milhões de viagens rodoviárias registrados pela Pamcary nos últimos quatro anos, além de arquivos dos Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito), da Susep (Superintendência de Seguros Privados), da Polícia Federal e outras entidades.

A pesquisa definiu a relação clara entre os acidentes e o cansaço provocado pela árdua jornada dos caminhoneiros, que é de uma média de 15 horas diárias. De acordo com o estudo, na segunda-feira são expedidas 17% das mercadorias da semana, sendo que neste dia acontecem 5% dos acidentes registrados. No sábado, quando são expedidas apenas uma média de 5% das mercadorias, os acidentes representam 15% do número total da semana. “Observamos que existe uma tendência de os acidentes ocorrerem de forma relativamente crescente a partir do dia de descanso do motorista, que é domingo”, afirma Darcio Centoducato, diretor de Gerenciamento de Riscos da Pamcary, que coordenou a pesquisa.

“O motorista de caminhão se envolve em oito acidentes a cada dez mil viagens. Considerando este mesmo número de viagens, a média de acidentes sofridos pelo motorista de ônibus de passageiros é de apenas 0,87. Por que essa disparidade, se eles enfrentam as mesmas estradas e nenhuma das duas categorias é suicida?”, compara Centoducato. Segundo ele, o motorista de veículos de passageiros tem salário fixo e descanso obrigatório. Já com o motorista de caminhão, o rendimento financeiro geralmente depende do número de viagens realizadas, o que eu faz com que se descanse bem menos.

“Nos Estados Unidos, anualmente há 25 mortes por grupo de 100 mil caminhoneiros. No Brasil, este número é de 281. Mensalmente, nosso cadastro nacional de motoristas, que já possui 1,02 milhão de nomes, recebe o acréscimo de cerca de seis mil novos profissionais. Isso denota a oferta abundante e sempre crescente de caminhoneiros. Como a procura não cresce na mesma proporção, o custo do frete normalmente é muito baixo. O caminhoneiro, por isso, busca carregar o máximo possível, dilatando sua jornada de trabalho. Assim, o número de acidentes alcança um patamar elevadíssimo, e as principais causas são o excesso de velocidade e o cansaço do motorista”, afirma o diretor.

Na pesquisa, a má conservação das estradas possui influência no número de acidentes, mas só de forma coadjuvante. “Sobre este aspecto, confirmamos que, de forma geral, as rodovias, de fato, estão mal conservadas. Mas verificamos que os buracos não são a causa direta dos principais acidentes, que se destacam pela freqüência e pelos prejuízos que acarretam: a capotagem e o tombamento. O motorista tende a ir nos trechos mal conservados com velocidade reduzida. Porém, ao vencer esta etapa, ele tenta tirar o atraso nos trechos bons, quando abusa da velocidade e luta contra o cansaço. É aí que os acidentes costumam acontecer. Assim, a má conservação é um fator importante, mas atua apenas indiretamente”, diz Centoducato.

O perfil dos sinistros mais freqüentes é: motorista jovem (de 18 a 25 anos), cansado, que dirige um caminhão articulado, com excesso de peso, à noite, chovendo, em trânsito livre e que tenta fazer uma curva em alta velocidade.

Segundo a Pamcary, as conseqüências dos acidentes para a atividade do transporte de cargas são particularmente severas. Em cada grupo de 100 eventos dessa natureza, 14 provocam pelo menos uma vítima fatal. A pesquisa mostra também que, em cada grupo de 100 sinistros com mercadorias, observa-se, em média, um prejuízo de 28% no valor transportado.

A baixa remuneração dos fretes também resulta em baixos investimentos na renovação e na manutenção dos veículos de carga. O desequilíbrio entre a oferta e a procura de fretes já havia sido também apontado em estudo realizado pelo Instituto Coppead, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

www.pamcary.com.br

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