A UPS anunciou ontem, dia 21 de novembro, os resultados da pesquisa Índice de Exportação da América Latina UPS Business Monitor (BMEI) de 2018. O relatório do BMEI apresenta informações e tendências no comportamento de importação e exportação de pequenas e médias empresas (PMEs), segmento que gera 60% dos empregos na América Latina. O estudo identifica, por exemplo, áreas de melhoria para que essas empresas fortaleçam suas negociações, ajudando-as a entender os fatores decisivos nas transações comerciais transfronteiriças e fornecendo dados fundamentais sobre os critérios de tomada de decisão das PMEs.
O BMEI 2018, realizado em conjunto com a RGX Global Export Network, entrevistou 2.082 exportadores e importadores de pequeno e médio porte em 11 países latino-americanos e nos Estados Unidos, dos setores industrial, automotivo e tecnológico. Também foram feitas entrevistas com 16 representantes de órgãos governamentais e líderes industriais do setor privado com expertise em comércio exterior e e-commerce, cujas respostas forneceram informações contextualizadas sobre a região, os países e a indústria.
“Com a América Latina passando por um crescimento maior da exportação e importação nas PMEs, queremos equipar esse setor com uma compreensão mais profunda do comércio transnacional para ajudá-lo a criar estratégias que reduzam as distâncias entre exportadores e importadores”, afirma a diretora de Marketing para a Região das Américas da UPS, Ingrid Ritter.
Resultados do estudo
O foco do estudo em importadores (compradores) e exportadores (vendedores) revela informações estratégicas sobre quatro áreas de melhoria para que esses agentes comerciais fortaleçam suas transações e impulsionem seus fluxos comerciais.
Na área de fluxos logísticos, o BMEI 2018 pediu que os exportadores avaliassem suas vantagens competitivas sem mencionar preço e qualidade do produto. Os exportadores da amostra total indicaram os serviços de remessa e logística como sua principal vantagem competitiva, com 26% escolhendo essa alternativa de resposta.
Além disso, o levantamento revela um efeito direto dos serviços de remessa e logística nas vendas online. Entre os exportadores que indicaram aumento em suas vendas online, 41% citaram os serviços de remessa e logística oferecidos a seus clientes como a principal vantagem competitiva. 73% dos importadores entrevistados na América Latina confirmaram que estão comprando online, enquanto apenas 56% dos exportadores na região vendem seus produtos dessa maneira. Além disso, 70% dos importadores latino-americanos citaram compras online por meio dos websites de seus fornecedores.
Segundo os importadores, o maior obstáculo para realizar transações no ambiente online é a falta ou a insuficiência de informações, como descrição do produto, fotos e especificações técnicas nos websites de fornecedores ou de marketplaces. A utilização de canais online para realizar transações comerciais ainda está aquém dos canais tradicionais, tais como o telefone, o encontro presencial e o fax. No entanto, o estudo revela que os importadores demonstram uma tendência maior de adotar canais online para suas transações do que os exportadores.
Outro dado demonstra que 29% dos exportadores que apontaram um aumento nas vendas online afirmaram que a principal motivação desse aumento foi os compradores indicarem que queriam fazer suas compras dessa maneira.
Na área de fluxos de pagamento, os exportadores localizados nos EUA demonstraram uma aceitação maior de cartões de crédito e PayPal (39%) do que seus colegas na América Latina (10%), porém os níveis de penetração dos meios de pagamento digitais são baixos até mesmo nos EUA.
O impacto geral das vendas e compras online nos custos de transação foi mínimo, com 57% dos exportadores e 50% dos importadores afirmando que não houve mudança. Além disso, 28% dos exportadores e 34% dos importadores relataram aumento nos custos de transação, salientando o fato de que os meios digitais não necessariamente significam barateamento.
Para finalizar, nos fluxos de fornecedores as PMEs de importação e exportação concordam bastante quando se trata de identificar os principais problemas no relacionamento entre fornecedor e comprador. Os aspectos mais críticos das transações internacionais – excluindo-se preço e qualidade do produto – coincidem. Ambos citaram soluções de remessa e logística, flexibilidade nas condições de pagamento e serviços de atendimento pós-venda como os três principais aspectos problemáticos da relação fornecedor comprador.
Cerca de 80% dos importadores afirmaram que considerariam trocar de fornecedor, mostrando sua alta propensão de mudar caso lhes forem oferecidas condições melhores. Um pequeno grupo citou a relação preço-qualidade dos produtos do fornecedor (44%) e a relação fornecedor comprador de longa data (35%) como as duas principais razões pelas quais não trocariam de fornecedor.
No estudo BMEI 2018, a maioria dos exportadores e importadores relatou ter tido experiências com atraso na entrega (63% e 79%, respectivamente). A principal causa dos atrasos na entrega, citada tanto por exportadores quanto por importadores, foi o atraso na produção.
Destaques por setor
Com relação a fluxos de pagamento, o setor automotivo é o que tem maior nível de aceitação de cartão de crédito nas transações online (23%, contra 18% da amostra total) e de uso do PayPal (18%, contra 9% da amostra total).
A diferença entre exportadores e importadores no uso de canais online identificada na amostra total se mantém na análise por setor, sendo a maior diferença na manufatura industrial (18%) e a menor no setor de alta tecnologia (10%).