Multinacional belga lança pedra fundamental de nova área em seu centro multimodal, com inauguração prevista para novembro
A Katoen Natie, multinacional belga que atua há 14 anos no país, promoveu ontem em seu Centro de Distribuição Multimodal (CDM), em Paulínia (SP), o lançamento da pedra fundamental do novo armazém do complexo, que também conta com 24 silos para granéis, com capacidade para 250 m3 cada, e área para contêineres com capacidade estática para 4 mil TEUs. A nova estrutura consumirá um investimento total de R$ 27 milhões, contando com estrutura, tecnologia e equipamentos de movimentação e armazenagem.
Na primeira fase do projeto de expansão, com previsão de inauguração para o próximo mês de novembro, o armazém terá 16 mil m2 de área construída, com possibilidade de ampliação em mais 11 mil m2 na segunda fase. Ainda sem previsão, esta segunda expansão irá depender da velocidade de ocupação do primeiro armazém, segundo declarou o diretor-presidente da Katoen Natie no Brasil, Eric Klönhammer. Com a nova estrutura, o CDM Paulínia passará a contar com mais de 50 mil m2 de área construída, num terreno que totaliza 750 mil m2.
Com pé direito de 11 metros e capacidade dinâmica para 400 mil t/ano de produtos do setor petroquímico, ou 16 mil posições-palete, o novo armazém funcionará como os demais do CDM, armazenando e expedindo tanto produtos paletizados quanto a granel, em sacarias e big bags. A proporção de cada um dependerá do cliente que irá ocupar a nova área.
A cerimônia de lançamento contou com a presença de Kris Peeters, ministro presidente da região autônoma de Flandres (Bélgica), berço da Katoen, além de autoridades dos portos da região – que estarão presentes em estande conjunto na feira Intermodal, que começa hoje em São Paulo –, e representantes da prefeitura de Paulínia. Atualmente, a Katoen Natie é o maior investidor belga no Brasil e é responsável por 60% da movimentação de mercadorias no porto de Antuérpia.
Multiclientes
De acordo com Klönhammer, o armazém não será construído visando um cliente em particular, mas sim para dar maior capacidade de atendimento à carteira atual, cujo volume de operações vem aumentando. “Isto está dentro de nossa estratégia, de crescer acompanhando a evolução de nossos clientes. Mas é claro que, havendo mais área disponível, teremos possibilidade de trazer novas empresas”.
Atualmente, o setor petroquímico é o mais importante para a Katoen, representando cerca de 65% de seus negócios, mas a empresa investe em novos segmentos, como o eletroeletrônico, de bens de consumo e automotivo. O CDM Paulínia possui uma área de dois mil m2 para a Volvo Cars, sendo responsável pela armazenagem e distribuição de peças de reposição a todas as concessionárias da marca no país.
Além de Paulínia, a empresa possui outras duas estruturas multimodais próprias em Araucária (PR) e Pindamonhangaba (SP), além de operar 32 plataformas logísticas em operações on-site (dentro da estrutura do cliente) em seis estados brasileiros.
Paulínia destaca-se pela localização. O CDM está próximo ao aeroporto de Viracopos, tem acesso às principais rodovias paulistas, além do Rodoanel, e possui um ramal ferroviário de bitola mista que se interliga às linhas de três concessionárias (FCA, MRS e ALL), dando acesso direto ao Porto de Santos. O ramal pode receber até duas composições de 65 TEUs.
Além disso, a unidade de Paulínia já tem um Redex pronto, aguardando apenas a autorização da Receita Federal, previsto para entrar em funcionamento em cerca de 60 dias. “Com ele, a logística ficará ainda mais ágil, pois as cargas já descerão para Santos com toda a documentação aprovada”, destaca Miriam Korn, diretora de Negócios da Katoen Natie.
Ela afirma que, embora não esteja investindo em novos silos no momento, a empresa acredita muito na logística de granel e pretende ampliar esta área no médio prazo. “Embora tenha um frete mais caro, pela dificuldade de carga de retorno, o granel dá 30% a mais de capacidade no transporte em relação ao ensacado. Isto também possibilita ao cliente trazer e armazenar o produto a granel, fazendo o ensacamento e a distribuição de acordo com a demanda, o que é vantajoso para ele”, destaca. A Katoen possui, em Paulínia, uma linha de ensacamento e paletização.
Crescimento
A Katoen Natie emprega nove mil funcionários no mundo e tem operações logísticas em 28 países da Europa, América Latina, Ásia, África e Oriente Médio. Seu faturamento mundial em 2010 foi de cerca de 1 bilhão de euros. Já a filial brasileira emprega 1.300 pessoas e faturou, no ano passado, R$ 105 milhões, um crescimento de 28% em relação a 2009, o que representa cerca de 5% do faturamento da empresa no mundo.
Embora afirme preferir um crescimento mais lento e sustentado do que dar grandes saltos, Klönhammer diz que a meta para este ano é de dois dígitos, ou seja, crescer no mínimo 10%. “Para tanto, não olhamos apenas para o setor petroquímico, embora ele ainda seja o mais representativo; queremos trazer também setores em que temos know-how mundial. A ideia é diversificar as oportunidades e diluir o risco. Dessa forma, olhamos muito para o setor de bens de consumo, tanto que esperamos, no novo armazém, ter mais produtos paletizados”.
Projetos de engenharia
Além das operações de logística integrada, a Katoen Natie atua também na área de engenharia, na construção de plataformas logísticas e fábricas em regime “turn-key”. O grupo possui internacionalmente uma empresa independente, chamada J-Tec, voltada exclusivamente para estas atividades. Embora ela não esteja formalmente presente no Brasil, a Katoen já construiu aqui plataformas logísticas para as novas fábricas da Braskem em Mauá e Duque de Caxias (RJ). Ela também foi responsável pela construção de uma planta do grupo Basell, em Pindamonhangaba (SP), e está envolvida na construção de uma área de recepção e dosagem de matéria-prima da fabricante de alimentos belga Puratos, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
“A Katoen não é uma empresa de construção, então trabalhamos com parceiros nesta área, que são contratados através de BIDs. Mas sempre estamos envolvidos diretamente na condução dos projetos”, explica o diretor-presidente, acrescentando que estes projetos de engenharia não estão necessariamente vinculados aos serviços logísticos, e depois de prontas as plantas podem ser ou não operadas pela Katoen Natie.
www.katoennatie.com