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Nova América aumenta capacidade de terminal de açúcar em Santos

Por Redação em 30 de novembro de 2006 às 18h08 (atualizado em 06/05/2011 às 17h28)

Novos shiploader e equipamentos e reforma de armazéns quadruplicam movimentação de cargas do Teaçu

O Grupo Nova América, líder no mercado varejista de açúcar, inaugura hoje, 30/11, a ampliação do Teaçu Armazéns Gerais, terminal especializado no embarque de açúcar localizado no porto de Santos (SP). Para aumentar a capacidade do terminal, foram investidos R$ 90 milhões ao longo dos últimos dois anos, realizados em parte com recursos próprios e parte do BNDES, numa proporção de 40% e 60% respectivamente, e com os benefícios do Reporto, programa de incentivo do governo federal .

Operando desde 1998, o Teaçu movimenta hoje 6 mil toneladas por dia de produtos ensacados e emprega cerca de 500 funcionários. A ampliação aumenta em quatro vezes a movimentação de carga do terminal, que passará das atuais 800 mil toneladas/ano para 3 milhões de toneladas/ano. Esse aumento se deve à entrada em funcionamento, em junho último, de um novo shiploader (carregador de navios) para o embarque de açúcar a granel. Até então, o terminal operava apenas com ensacados, e o aumento considera apenas a nova movimentação de granéis. A de ensacados deverá continuar no antigo patamar  e o restante será de granéis, acompanhando uma tendência do mercado mundial, segundo informou Renato Dias Gouvêa, diretor do terminal. Até 2010, a empresa espera movimentar de 4 a 5 milhões de toneladas/ano.

O shiploader tem tecnologia 100% brasileira e foi adquirido da empresa gaúcha Tecno Moageira. Com capacidade de 3 mil toneladas/hora e exclusiva tecnologia de supressão de pó, o equipamento é o maior do mundo para carregamento de commodities agrícolas, segundo a Nova América. Além dele, a empresa investiu em novas moegas, importadas, com capacidade de receber simultaneamente seis vagões de 90 toneladas de carga líquida cada, e filtros pontuais que reduzem o consumo de energia.

O terminal adquiriu ainda uma balança de fluxo de alta precisão, também importada, com capacidade de 3 mil toneladas/hora, que pode representar uma economia de 4% com a redução de perdas na pesagem. Com isso, a capacidade de recepção passará das atuais 200 toneladas/hora para 1.800 toneladas/hora.

A empresa reformou completamente três dos seis armazéns utilizados por ela no Porto (IV, IX, XIV, XIX, 16 e 17 – estes dois últimos agora modernizados e transformados em um só). O armazém XIX teve sua capacidade estática aumentada de 50 mil para 120 mil toneladas, visando aumento de área para granéis. Também foram reforçadas as estacas do cais, visando o aprofundamento do calado para 13,50 metros, o que permitirá ao Teaçu receber navios de até DWT 80 mil toneladas.

De acordo com Gouvêa, com a ampliação, o Teaçu entrou no time dos grandes e está desenvolvendo ainda mais a vocação logística, já que cerca de 80% das cargas movimentadas no terminal são de terceiros, produtores de açúcar do interior de SP, MT, MS e MG que confiam sua carga para a empresa. “Nosso objetivo é melhorar a logística de recebimento de produtos de origem vegetal a granel. Somos, além de produtores, prestadores de serviço e temos que encantar nosso cliente. E os usineiros estão gostando, porque são bons na produção, mas não entendem de porto”.

A Nova América tem como clientes grandes tradings, que têm o volume no destino. “Nós somos bons na origem, mas ainda não sabemos fazer a travessia e muito menos entrar nos mercados de nossos clientes. Talvez seja melhor deixar esta parte para terceiros especialistas”, analisa diretor. Os maiores mercados da empresa para o açúcar são África, Ásia, Oriente Médio e Rússia.

De acordo com Gouvêa, o açúcar, que era o “patinho feio” das commodities agrícolas, passou a cisne com a queda do volume da soja. Por causa disso, vários terminais de soja já buscam o açúcar como cliente complementar. “Acredito que os produtos possam ser complementares ao invés de brigar. O Teaçu tem condições de atender a outros produtos vegetais ensacados ou a granel”.

Gouvêa acredita no crescimento do negócio, tanto que a ampliação já preparou o terminal para volumes ainda maiores que os atuais. “Nosso foco é nos navios de 80 mil toneladas ou mais. O shiploader já está preparado para até 120 toneladas e, para o futuro, a Codesp vai aprofundar o calado do terminal, possibilitando a entrada de navios maiores”, afirmou.

Gargalos

Para melhorar a logística, a empresa afirma que não se pode continuar usando caminhões ou vagões como armazéns e nem deixar navios esperando no cais. Portanto, o objetivo maior com a modernização do terminal é aumentar o giro de mercadorias.

Arnaldo de Oliveira Barreto, diretor de infra-estrutura e serviços da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), alerta que, sem a melhoria imediata da infra-estrutura de Santos, o porto entrará em colapso em pouco tempo. “Santos é o porto do Brasil, o seu principal canal de escoamento, e falta estrutura rodoviária, ferroviária e até mesmo dutoviária. Ficamos muito tempo parados e nos últimos anos as verbas – até mesmo as geradas aqui – foram desviadas para outros portos do país. De nada adiantou a Nova Imigrantes se, no final, o fluxo deságua em Santos, que não está preparada para receber este aumento”, coloca o diretor.

“Assinamos o contrato para a nova Avenida Perimetral. Ela tem que ficar pronta antes do novo tramo do Rodoanel, ou será o caos. Se o Rodoanel tem por objetivo aumentar a velocidade de escoamento de Santos, é preciso investir nas pontas também. É necessário investir na ferrovia, já que a cidade não suporta o aumento de tráfego de carretas pesadas, que são a tendência do transporte de commodities. Temos que investir em silagem nas pontas, tanto na origem quanto no destino, para que o tráfego possa ser cadenciado”.

Produção

O grupo Nova América figura entre os cinco maiores produtores de açúcar e álcool do Brasil, com faturamento de 1,4 bilhão, posição que assumiu em março de 2005 ao adquirir a marca União, da Coopersucar. Ela possui duas unidades produtoras na região de Assis (SP), uma refinaria no Rio de Janeiro e uma planta de empacotamento em Sertãozinho (SP). A empresa comercializa anualmente 1,4 milhão de toneladas de açúcar e 220 mil m3 de álcool, produto para o qual possui um terminal na Alemoa, também em Santos, em parceria com outros produtores.

Ela é líder no mercado varejista de Açúcar, com cerca de um terço de market share e atua ainda na produção e comercialização de laranja in natura e suco concentrado.

www.teacu.com.br
www.portodesantos.com.br

 

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