A Dabo Material Handling Equipment Brasil S.A., nova detentora da tradicional marca de empilhadeiras Clark, inaugurou ontem em Valinhos (SP), sua nova planta, anunciando ainda o lançamento de uma nova linha de produtos. Inicialmente, a planta será um centro de distribuição de peças e insumos para os distribuidores da marca, mas até o final deste ano irá montar unidades em CKD (completamente desmontados, da sigla em inglês).
As empilhadeiras da Clark são importadas da Coréia e, no início, a montagem será com peças importadas. A intenção da empresa, contudo, é nacionalizar seus produtos em até 60% num prazo de dois anos, para adequá-los ao Finame, modalidade de financiamento do BNDES que permite ao comprador condições privilegiadas de crédito sob determinadas condições. O primeiro modelo escolhido para ser lançado no Brasil é o CMP 25, a combustão e com capacidade para 2,5 toneladas de carga.
A planta de Valinhos recebeu investimentos de US$ 250 mil para a unidade de peças. Já estão previstos mais US$ 500 mil até o final do ano para a unidade de montagem de empilhadeiras.
O grupo coreano Young An, dono da marca desde 2003, tem planos ambiciosos para a Clark no Brasil: fazer crescer a participação da marca dos 8% de 2004 para cerca de 20% em 2005. O objetivo é ter ¼ do mercado brasileiro de máquinas a combustão interna - o principal segmento em que atua. O outro é o de máquinas elétricas.
A Clark é uma marca com forte presença no mercado nacional, onde está presente desde 1958. Euclides Azenha, diretor da empresa no Brasil (foto capa), estima que a "frota viva" de empilhadeiras da marca (máquinas ainda em operação) seja de cerca de 10 mil unidades. A empresa possui operação de vendas de máquinas e peças através de uma rede de distribuidores composta por 10 empresas com 23 pontos de atendimento em todo o território nacional.
"Nossa presença aqui é uma retomada de mercado, que perdemos durante a crise da marca com o dono anterior, mas estamos reconquistando terreno rapidamente", disse Azenha, explicando que a presença em Valinhos deve-se a razões estratégicas - pois está próxima a São Paulo, o maior centro consumidor - e históricas, já que a cidade é seu berço de origem e muitos dos funcionários ainda são da região.
A antiga proprietária da marca passou por uma crise no início da década, quando parte dela foi vendida ao grupo Young An, que iniciou a retomada de mercado. Desde a aquisição, já foram investidos mais de US$ 70 milhões na marca e serão injetados mais US$ 50 milhões no segmento de empilhadeiras, o que inclui as novas fábricas da China, com início de operação em 2006, para atendimento do mercado interno daquele país; e México, prevista para operar em 2007 e que vai atender a todo o mercado norte-americano. Segundo a empresa, não há planos de fabricar produtos no Brasil, mas com a maior nacionalização, alguns componentes importantes da máquina serão desenvolvidos por fornecedores locais.
A produção atual da Clark é de 12 mil máquinas/ano. O volume previsto para a fábrica chinesa é de 10 mil máquinas/ano e da mexicana, de 5 mil máquinas/ano, de acordo com S. S. Baik, managing director do Grupo Young An, presente do Brasil para a inauguração da unidade de Valinhos, ao lado de Kevin Reardon, vice-chairman mundial da divisão Clark.
A empresa já possui unidades de montagem CKD na Europa (Alemanha) e América do Norte (EUA). Estão previstas mais duas unidades de distribuição de peças na Espanha e Inglaterra. A América do Sul e o Caribe são atendidos pelo Chile, enquanto que a unidade brasileira atende ao mercado interno, o que vai continuar com a instalação da linha CKD.
Giro rápido
Com 2.000 m2 de área total, sendo 1.300 m2 de área construída e capacidade de armazenagem de 1.200 itens - com possibilidade de expansão, inclusive vertical, a nova planta já tem área reservada para as operações CKD. A capacidade inicial de montagem será de 800 máquinas/ano, e a empresa planeja faturar US$ 20 milhões/ano com a venda de máquinas em 2005, além do US$ 1,8 milhão com a venda de peças.
Sobre a Young An
A Young An é um grupo coreano com faturamento anual de US$ 1,5 bilhão e cerca de 10.500 funcionários. Ela teve sua origem na fabricação de chapéus, na qual atua até hoje, detendo cerca de 30% do mercado mundial com a Young An Hats; há ainda a Dabo Telecom/Alcomm, de telefonia móvel; e as divisões de criação de gado e assistência social. Mas as que têm maior participação do faturamento total do Grupo são a Daewoo Bus, fabricante de ônibus que representa 48% do faturamento; e a Clark, com 34%. (Silvia Marino)
Veja os lançamentos da Clark na seção Vitrine.