A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) emitiu, na última semana, um Certificado de Autorização de Voo Experimental (Cave) para a Speedbird Aero. Com isso, a empresa que desenvolve e opera sistemas aéreos não tripulados para o transporte e a entrega de produtos e medicamentos pode iniciar operações em caráter experimental.
Esta é a primeira certificação do tipo emitida pela Anac e tem validade até agosto de 2021. A elaboração do Cave foi conduzida pela AL Drones, empresa especialista em projetos e consultoria no setor. Para realizar os voos experimentais, a Speedbird precisa seguir as regras previstas no Regulamento Brasileiro de Aviação Civil Especial (RBAC-E) nº 94, da Anac, e os normativos de tráfego aéreo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).
Segundo o superintendente de Aeronavegabilidade da Anac, Roberto Honorato, a autorização concedida pela agência tem uma importância muito significativa para o setor e para o desenvolvimento comercial de novas oportunidades de mercado. “Dentre as atividades que a sociedade espera para os drones explorarem, o delivery é uma das mais promissoras. Obter o Cave é uma etapa importante no processo de desenvolvimento do negócio, principalmente por ser de uma empresa brasileira”, destaca.
O drone desenvolvido e autorizado para as operações de transporte de carga é do modelo DLV-1. A aeronave pesa aproximadamente 9 kg e pode transportar produtos de até 2 kg, com velocidade de 32 km/h. Inicialmente, estão autorizadas operações somente durante o dia e a uma distância máxima de 2,5 km do ponto de decolagem. Essa autorização possibilita que o voo seja realizado além da linha visual, ou seja, o piloto remoto do drone não precisará ter contato visual com a aeronave durante todo o percurso.
O primeiro contato da Speedbird Aero com a Anac aconteceu em maio de 2019, com a apresentação do equipamento e do tipo de operação pretendida. Em setembro do mesmo ano, a agência recebeu o pedido de emissão do certificado que autoriza as operações. Para que ele pudesse ser emitido, a Speedbird precisou demonstrar que a tecnologia atendia às normas vigentes, principalmente no que diz respeito aos critérios de segurança.
O primeiro teste prático com acompanhamento da Anac foi realizado em janeiro deste ano, com a demonstração da atividade planejada e certas características de segurança da aeronave. A empresa precisou então realizar alguns ajustes e um novo teste supervisionado por técnicos da Anac foi conduzido no último mês de julho. Com o cumprimento de todos os requisitos mínimos exigidos, a agência concedeu a autorização para voos experimentais ao operador.