O Grupo Martins, empresa de logística internacional, armazenagem e distribuição, alcançou um faturamento total de R$ 110 milhões no ano passado, aproximadamente 20% acima do resultado atingido em 2014. Segundo a empresa, esse bom desempenho se deve, em grande parte, ao crescimento do movimento dos clientes da carteira de exportação, que intensificaram as suas operações em decorrência da alta do dólar e da queda de demanda do mercado interno.
“Nossa carteira de clientes de exportação sempre foi historicamente muito menor do que a de importação. Isso começou a mudar já no início do ano passado. Nossos clientes costumavam exportar um total de R$ 5 milhões. Esse montante pulou para R$ 50 milhões em meados de 2015 e fechou dezembro em R$ 70 milhões”, comenta Lourival Martins, fundador e presidente do grupo. A expectativa é que esse valor chegue a R$ 100 milhões no final do primeiro semestre de 2016.
O incremento nas operações de exportação dos clientes representou 35% do faturamento total do grupo. A empresa montou então uma área de agenciamento de carga, o único elo que faltava para fechar o ciclo da cadeia de serviços do comércio exterior. Em pouco mais de seis meses de atuação, a área de agenciamento de carga do grupo já representa 20% do faturamento total. “Ao prestar um serviço com estrutura própria em toda a cadeia e com a inclusão do agenciamento de carga, pudemos oferecer uma operação com redução de 15% a 20% de custos logísticos para os clientes. Isso foi muito significativo em um ano de crise. O meu cliente ficou mais competitivo”, analisa Martins. “Esse foi, talvez, o nosso grande diferencial no ano passado, que refletiu no faturamento total do grupo”, avalia.
A empresa também divulgou que sua carteira de clientes de importação teve queda de 22% no ano passado. A queda nas importações e o crescimento nas exportações em 2015 acabou por equilibrar o resultado do setor de distribuição. Nesse segmento, a Martins atende clientes do porte da C&A e do Grupo Abril. “Esperávamos crescer um pouco mais na distribuição, mas fechamos o ano com o mesmo faturamento de 2014”, diz.
O resultado positivo de 2015 e as previsões da crise econômica levam o Grupo Martins a apostar que este ano será das exportações. “Com o dólar ainda em alta, inflação e retração do consumo, a indústria nacional só tem a saída de ir buscar mercado lá fora”, explica Martins. Para atender a essa provável demanda, a empresa montou uma estratégia que envolve agenciamento de carga, transporte e armazenagem no centro de distribuição de Poá. “O cliente só produz. Nós pegamos a mercadoria na porta da fábrica e entregamos em qualquer lugar do mundo onde ele indicar”, diz.
O grupo avalia que pode aquecer a carteira de importação com serviços diferenciados, como consultoria tributária e fiscal, aconselhamento de operações de drawback e redução dos custos logísticos, a partir da utilização da sua própria estrutura de armazenagem e transporte. “Muitas indústrias não sabem que podem importar, principalmente maquinário pesado, com benefício tributário. As operações de drawback ainda são pouco usadas e temos condições de reduzir os custos logísticos das importações de muitas empresas”, conclui Martins. Para ele, com o dólar ainda em alta neste ano, pequenos acertos podem trazer competitividade ao importador.