De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), os emplacamentos de janeiro de 2015 registraram um total de 8.292 unidades. O número representa uma retração de 34,23% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando a indústria vendeu 12.637 implementos.
No segmento pesado, que inclui reboques e semirreboques, os fabricantes entregaram ao mercado 2.220 unidades, contra 4.851 produzidas no primeiro mês de 2014 – retração de 54,24%. No setor leve, de carroceria sobre chassi, o resultado foi 22,01% abaixo do apurado em janeiro de 2014, com a fabricação de 6.072 unidades no primeiro mês de 2015 diante das 7.786 produzidas no mesmo período do ano passado.
“Esse primeiro resultado, mesmo que registrado em um período tão curto, sinaliza que 2015 poderá ser mais um período difícil para a indústria produtora de implementos rodoviários”, afirma o presidente da Anfir, Alcides Braga. “Poderemos ter mais um ano de retração com queda entre 5% e 10%, salvo se surgirem medidas que venham a dar suporte à tão ansiada retomada nos negócios. Como ainda não foram tomadas, pela nova equipe de governo, medidas que efetivamente possam produzir resultados concretos que levem ao crescimento, não vemos como não imaginar que o ano tenderá a ser menos ativo economicamente”.
Para a Anfir, o desejável reaquecimento dos negócios esbarra nas novas regras de concessão de crédito do PSI/Finame, determinadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que reduziu sua participação nas operações de financiamento de implementos rodoviários. Até o ano passado o bem podia ser financiado em sua totalidade. Porém, as regras foram alteradas e a parcela financiável baixou de 100% para 70% para pequenas e médias empresas e 50% para grandes empresas.
A medida influencia diretamente as vendas de implementos rodoviários do segmento de pesados. Isso porque a maior parte das operações do setor é realizada no âmbito do programa de apoio do governo federal. Já no segmento leve, onde o impacto das regras do BNDES é menor, pois uma boa parte das empresas compradoras não consegue se enquadrar, as vendas devem seguir em baixa influenciadas pelo insatisfatório desempenho geral da economia.
“Para cobrir a parcela que falta no financiamento as empresas terão que buscar uma solução para financiar o restante do bem, seja buscando empréstimos nos bancos privados, seja utilizando recursos próprios”, explica Braga. “Porém, considerando o fraco desempenho da economia brasileira em 2014 e os resultados ruins registrados pelas empresas, muitas não estão com caixa para investir e as que possuem recursos deverão preferir mantê-los intactos caso a economia em 2015 também não responda bem”, completa.