Os embarques representam cerca de 70% do total e caíram 4,1%, o suficiente para reduzir o movimento acumulado, mesmo com os desembarques alcançando crescimento de 1,4% no período. A redução nas exportações ocorre, principalmente, devido à diminuição nos envios de açúcar, que, após liderar por longo período o ranking das cargas de maior movimentação, ocupa hoje o segundo lugar, com 10,86 milhões t. A redução foi de 15,5% em relação ao acumulado até agosto do ano passado. Somente no mês, o produto caiu 21,1% na comparação com 2013. Milho e óleo combustível, também produtos de grande movimentação, sofreram queda de cerca de 30%. A celulose, com cerca de 2,4 milhões t movimentadas no período foi destaque com crescimento de 10,8%.
Outro destaque positivo dentre os itens de exportação foi o aumento de 6,3% no complexo soja (grãos e farelo), com o farelo de soja ampliando em 49,8% os embarques realizados até agosto.
Nas importações, apesar da diminuição das duas cargas de maior tráfego neste fluxo – adubo e enxofre –, o descarregamento de mais de 1 milhão de t de trigo no período teve relevante impacto nos números finais, com crescimento de 13,7% no acumulado, contribuindo para o crescimento de 1,4% no fluxo geral de importações.
Contêineres
As cargas conteinerizadas, contudo, aparecem como destaque. No último mês de agosto o porto registrou o recorde mensal histórico na movimentação de contêineres. Ao todo, foram 338.978 TEUs, superando a maior marca até então, verificada em novembro do ano passado com 327.359 TEUs.
De acordo com informações da Codesp, o desempenho está relacionado ao início das operações da Embraport e do Brasil Terminal Portuário (BTP) e da operação de navios da classe “Cap San”, com capacidade para até 9,6 mil TEUs, os maiores porta-contêineres a operar em Santos.
A entrada em operação desses novos terminais ampliou a capacidade do complexo santista, agilizando o atendimento e promovendo a ampliação da média por hora para 104 movimentos. Além do ganho representado pela maior oferta e terminais descongestionados, os novos players conseguem operar navios maiores, trabalhando, simultaneamente, com mais portêineres.
O diretor presidente da Codesp, Angelino Caputo, faz outro lembrete. De acordo com ele, a crescente produtividade no complexo santista se verifica desde 2011, devido aos investimentos em equipamentos, softwares e ao aprofundamento do canal de navegação do porto, que vem permitindo a operação em Santos de navios de até 335 metros.
Alguns números ilustram o que diz o executivo. Em 2013, a carga conteinerizada atingiu um crescimento de 8,8%. O índice é o maior do Brasil no ano e superior a média mundial (4,8%), conforme a consultoria marítima Drewry Maritime Research. Como comparação, o maior porto do mundo em operação de contêineres, Xangai (China), obteve crescimento de 3,3% em relação a 2012. No Brasil, registraram crescimento os portos organizados de Salvador (8,7%) Itaguaí - RJ (6,9%), Itajaí - SC (4,4%), Rio Grande - RS (2,4%) e Suape - PE (0,6%). Paranaguá (PR), Rio de Janeiro e Vitória apresentaram uma redução em suas movimentações, em TEUs, de 1,8%, 18,3% e 30,6%, respectivamente. Santos respondeu por 47% da movimentação total do País, em TEUs, seguido pelos portos de Paranaguá (11%), Rio Grande (9%), Itajaí e Suape, com 6,0% cada um.
Foto crédito: Sérgio Furtado