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Dachser prevê crescimento no Brasil em 2014

Em visita ao país, CEO da divisão Air & Sea se diz otimista com o país
Por Redação em 3 de junho de 2014 às 14h57

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Depois de crescer 10% em 2013 no Brasil, onde está presente com a divisão Air & Sea, a operadora alemã Dachser espera manter os bons resultados este ano, prevendo um crescimento do faturamento entre 10% e 15% sobre o ano anterior. Foi o que afirmou Thomas Reuter, CEO da divisão, em visita ao país no último mês de maio.

Em termos globais, a empresa teve resultados positivos em 2013, com um aumento de receita bruta de 13,2%, totalizando 4,99 bilhões de euros. O número de embarques também aumentou 37,5%, chegando próximo a 70 milhões no ano passado. Este crescimento se deve muito pela internacionalização da companhia. Em janeiro de 2013, por exemplo, a Dachser adquiriu as operações das empresas espanholas Azkar e Transunion, o que trouxe um aumento expressivo no número de colaboradores, que hoje totaliza 24.900 funcionários, além de expandir os negócios da companhia com a América Latina.

Globalmente, a Dachser opera com as divisões European Logistics, de contratos logísticos; Food Logistics, voltada ao setor alimentício; e Air & Sea, que representa cerca de 30% do faturamento da empresa. No Brasil, apenas esta última está presente, representando 100% dos negócios da empresa, divididos em 50% marítimos e 50% aéreos, e complementados pelos serviços de transporte de/para portos e aeroportos.

A Dachser entrou no Brasil em 2007 por meio de uma participação de 50% na operadora logística brasileira Logimasters, que durou cerca de dois anos. Desde então, a empresa mantém seu foco nos serviços de Air & Sea, que incluem a coordenação de transporte internacional aéreo e marítimo, agenciamento, desembaraço aduaneiro no Brasil e exterior, além de serviços agregados como seguro de transporte e distribuição de cargas.

Apesar de estar aumentando sua presença global por meio de aquisições, a Dachser não tem em vista nenhum negócio deste tipo no Brasil, onde, de acordo com Reuter, está hoje com uma estrutura suficiente. “Nossa prioridade aqui não é essa agora. Estamos interessados em aquisições na Europa e, principalmente, nos Estados Unidos, onde já operamos e queremos aumentar nossa participação. Na América Latina já estamos cobertos. O que ocorre é que, em alguns países, operamos com parceiros e eventualmente estas empresas são colocadas à venda. Nestes casos, podemos analisar se faz sentido uma aquisição. Mas no Brasil, neste momento, não”, afirmou.

Ele disse que uma fusão ou aquisição traz dificuldades de integração, podendo comprometer a cultura e a identidade da empresa, que é seu maior valor. É por este motivo também que a Dachser – familiar – não pretende abrir ações em bolsa, havendo inclusive um acordo entre os membros da família de manter a empresa pelos próximos 30 anos.

O CEO ressaltou que a América Latina é hoje um mercado estratégico, devido às grandes oportunidades de crescimento. “Somos uma empresa alemã e, portanto, muito voltada ao mercado europeu. Nos últimos anos, o processo de internacionalização se acelerou, e hoje cerca de 48% de nossa força de trabalho está fora da Europa. Os mercados mais maduros não têm apresentado um crescimento significativo, por isso estamos partindo para novas regiões, como a Ásia e os países Brics”, explicou.

Hoje, o continente americano é atendido por um diretor regional em Miami (EUA), que responde pelos mercados dos Estados Unidos, México, Brasil, Chile, Argentina e Peru. No país, a Dachser possui hoje 11 escritórios regionais, em Campinas – onde está a matriz –, Viracopos, São Paulo, Guarulhos e Santos (SP); Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Itajaí (SC), Salvador e Manaus. A empresa estuda ainda a abertura de mais uma filial em Belo Horizonte, cujo mercado hoje é atendido pelo Rio.

“A empresa foca seus negócios nos setores farmacêutico, varejo, industrial, automotivo e recursos renováveis, com atuação vertical feita por especialistas em cada segmento, que entendem suas necessidades específicas e nos orientam sobre como investir para melhor atendê-los”, disse Reuter.

Com relação a investimentos, ele informou que a Dachser dispõe, a cada cinco anos, de 1 bilhão de euros para investir. “O que não significa que, automaticamente, a divisão Air & Sea terá 300 milhões de euros. Aplicamos o dinheiro onde é necessário”, resumiu. Em 2013, a empresa registrou investimentos de 119 milhões de euros em ativos tangíveis em todo o mundo.

Com relação à situação do Brasil, ele disse que não há grandes preocupações. “O mundial deverá representar queda dos negócios, já que o país todo para. Já as questões políticas, como as eleições, existem no mundo todo e nem por isso deixamos de fazer negócios. O país tem seus problemas, como falta de infraestrutura e excesso de taxas, o que aumenta os custos logísticos, além de burocracia e inflação crescente. Mas acredito que, se o governo tomar as decisões certas, há um grande futuro para o Brasil”.

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