Contratos de manutenção e vendas de itens de reposição aumentam neste início de ano
Um ano após tornar-se a distribuidora oficial da Nissan Forklift para o Brasil e realizar um investimento de R$ 20 milhões na estrutura da nova unidade de negócios, com a perspectiva de triplicar as vendas em um ano, a Movicarga já vivencia uma nova realidade no mercado.
A empresa vinha empreendendo um ritmo forte nas suas atividades de locação e vendas de máquinas novas até outubro passado quando a crise mundial eclodiu, paralisando as negociações. “Ao iniciar as atividades, no início do ano passado, fechamos um lote de 125 máquinas, das quais 30 já estavam encomendadas até mesmo antes de chegarem do Japão”, relembra Alexandre Valone, CEO da Movicarga.
À época a empresa planejava estabelecer um mix mais interessante para este ano, incluindo a comercialização de equipamentos novos, usados e de locação de ambos, devido à intensa demanda por equipamentos. “Nossa média mensal de vendas no ano passado era de 10 máquinas novas, mas devido ao aquecimento da economia no primeiro semestre fechamos 2008 com 130 empilhadeiras vendidas”, comenta. Segundo ele, o segmento mais comprador foi o de locadoras de equipamentos sem bandeira, seguido de empresas ligadas ao agronegócio, montadoras, autopeças e produtos químicos.
Quando outubro chegou, a crise deu os primeiros sinais. “Rapidamente revimos os planos para 2009, promovemos uma blindagem geral e passamos a buscar alternativas para dar continuidade aos planos de crescimento”, relata Valone. Assim mesmo, no final de novembro um lote de 50 máquinas desembarcou no Porto de Vitória, para suprir demandas programadas. Já neste ano, as vendas de empilhadeiras novas praticamente pararam. Ainda em março deste ano chegará uma encomenda de 26 unidades – que integra um lote de 100 unidades, com investimento estimado em RS$ 3 milhões – que já está em produção. “Estamos conversando com o Japão, país que está sendo bastante impactado pela conjuntura econômica, porque acreditamos que em 2009 ainda vamos celebrar negócios. Temos que ser otimistas”, aconselha Valone. Segundo ele, o grupo japonês passou por uma reestruturação vigorosa no final do ano passado e tem feito as entregas dentro do prazo, o que demonstra que as medidas têm dado certo. E quanto aos pedidos feitos, à medida que forem entregues, a Movicarga “trabalhará para vender ou locar”, assegura o CEO.
A empilhadeira Nissan que mais vendeu no ano passado, em torno de 80% do total, foi o modelo para 2,5 toneladas e o restante está dividido entre as de 7 t e 4 t. “A preferência pela de menor capacidade deve-se à tecnologia da Nissan. A robustez do motor é o ponto forte da marca, que tem características de industrial, adaptadas para empilhadeiras, o que lhes confere uma durabilidade acima dos padrões. Vantagem que se acentua no modelo de menor porte”, explica. A redução do consumo de combustível por conta do engenho chega a 30%. Já os outros exemplares, com os mesmos padrões, são para tarefas mais pesadas.
O que mais tem acontecido no momento, segundo o executivo, são renegociações com pedidos de parcelamento e mudanças de condições de pagamento nas compras programadas e um aumento considerável no volume de locações. “Estamos avaliando a situação dos clientes caso a caso. É preciso ter flexibilidade e bom-senso neste momento”.
Devido ao modelo de gestão de negócio, a Movicarga está tranqüila para enfrentar esta maré. “Não paramos de fazer nada. Apenas estamos empenhados em explorar outros nichos, como os mercados de pós-vendas e de reposição de peças”. A expectativa da empresa é a de que, em 2009, os contratos de manutenção cresçam juntamente com o de locação e vendas de máquinas usadas, em 30%. “Dispomos de mais de 15 mil peças de reposição em estoque, 60 mecânicos de plantão e 13 carros de assistência técnica”, enfatiza. Atualmente a Movicarga já conta com 70 clientes no Brasil comprando peças.