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MWM implanta sistema de milk run na coleta de peças

Por Redação em 11 de novembro de 2008 às 15h37 (atualizado em 05/05/2011 às 14h05)

A Cargolift é escolhida para realizar o serviço que envolve 600 toneladas de peças, 140 fornecedores e doze rotas

A MWM International Motores, fornecedora de motores diesel para a indústria automotiva, implantou o processo logístico milk run nas unidades de fabricação de Santo Amaro (SP) e Canoas (RS). Até o momento o serviço foi instalado, inicialmente, em seis rotas, em São Paulo, contemplando 16 fornecedores. A expectativa é englobar os 12 trajetos existentes, integrando todos os 140 parceiros até o final deste ano. E para dar conta da missão, a fabricante elegeu a Cargolift, operador que já realiza 100% da sua operação de cross-docking, movimentando um total de 1.500 toneladas por mês.

Com o aquecimento da demanda verificado no setor automotivo neste ano, a empresa precisava promover melhorias no atendimento aos seus clientes, tornando o abastecimento mais ágil e confiável.  A decisão foi se render à realidade, buscando a eficiência na concentração do serviço em um único operador logístico, para realizar a coleta das peças junto aos fornecedores, liberando-os da responsabilidade de contratar fretes.

Segundo Carlos Panitz, gerente de Planejamento de Materiais e Logística da fabricante, o ponto de partida foi iniciar o milk run  na operação da planta de São Paulo que, por envolver um enorme elenco de fornecedores, mantinha uma operação de entregas muito pulverizada. “Tivemos acréscimos expressivos nos volumes neste ano. Por isso, o aumento da eficiência no sistema de entregas tornou-se ponto fundamental no atendimento a essa crescente demanda”, comenta. Outro aspecto importante na adoção do serviço é que a MWM conseguiu utilizar o mesmo espaço de almoxarifado para atender um volume maior de produção, em virtude dos lotes menores e mais freqüentes.

Antes de o milk run ser implantado, todos os fornecedores eram responsáveis pela entrega de peças na MWM, em Santo Amaro ou no ponto de consolidação de cargas – terminal da Cargolift, em Osasco (SP) –  para a planta de Canoas. Com o sistema de coletas roteirizadas por regiões e por janelas de entrega, aumentou a confiabilidade do processo de abastecimento, permitindo maior giro de estoque em função dos lotes menores de entregas dos fornecedores. “Estava muito complicado antes porque cada fornecedor contratava um transporte, o que dificultava o controle e o rastreamento, devido às inúmeras diferenças operacionais, sem contar as diferenças nos valores dos fretes”, detalha o executivo.

Com o controle centralizado com a Cargolift, a MWM possibilitou ao fornecedor se concentrar na sua tarefa principal de produzir e deixar as entregas para um especialista. Além disso, a eliminação de mais de uma centena de transportadores da programação de entregas de peças, para abastecer a linha do fabricante, permitiu também maior visibilidade da operação e condição de acompanhar os detalhes de cada remessa, devido à tecnologia aplicada.

Operador único

O projeto de milk run teve início em agosto de 2008 e vem sendo implementado, pouco a pouco. Os resultados dessa implantação foram sentidos tão logo o serviço foi iniciado. “Neste começo de operação já obtivemos um aumento no giro dos estoques da ordem de 20%. Um dos nossos objetivos era justamente baixar o volume do inventário e controlar totalmente as remessas de peças”, explica.

Segundo Markenson  Marques, diretor-presidente da Cargolift, o mais importante dessa parceria é que a MWM prefere destinar a tarefa a um único operador, o que facilita muito o controle operacional. Hoje 100% da operação inbound das fábricas de Santo Amaro (Capital, SP) e de Canoas e de outbound para a fábrica da Volkswagen, em Resende (RJ), são feitos pelo operador. “O que mais agradou a MWM, na nossa proposta, foi a possibilidade de acesso à nossa ferramenta ‘Cargo Online’, que permite o acompanhamento do ‘part number’ (número serial da peça), em todo o processo, com informações precisas”, comenta.

A Cargolift recebe os dados de coleta via EDI (Troca Eletrônica de Dados), e a MWM monitora todas as rotas via web. Isso facilita a tomada de decisões e torna o sistema logístico do fabricante mais robusto. Até porque, com um inventário mais baixo, é possível obter maior estabilidade na produção, com menos quebras na linha. “Isso é fundamental porque trabalhamos com três turnos e não temos espaço para perdas e nem como administrar riscos de não fornecimento”, explica Panitz, enfatizando que agora há também maior controle das horas extras. Outro objetivo da fábrica, com o projeto de milk run, é estabelecer uma programação ajustada junto aos fornecedores que permita sincronizar a cadeia deles com as necessidades de sua linha de produção.

Marques informa que, 30% dos fornecedores da MWM estão concentrados no interior de São Paulo (Campinas, Guarulhos, Limeira e Mogi-Mirim), 50% na Grande São Paulo  e os 20% restantes no ABC – mais de 90% da base de operação da fábrica se concentram em São Paulo. “Por enquanto, 30 fornecedores estão integrados na operação de milk run e 40 fazem a entrega no nosso terminal de cross-docking em Osasco. Aos poucos expandiremos os serviços e aumentaremos os fluxos, até onde a MWM necessitar”, explica Marques, dizendo que no terminal há uma área dedicada para acomodar mil motores e também para estufar contêineres com engenhos que seguem rumo à exportação.

Para atender exclusivamente à fabricante, a Cargolift mantém uma frota da dedicada de 45 veículos de médio porte – entre truques e carretas sider. O quadro de profissionais também aumentou neste ano de 200 para 330 – só com o início do novo serviço foram contratados mais 40.

Atualmente são movimentadas cinco mil peças para alimentar as linhas de produção da MWM. A resultante é a fabricação média de 13 mil motores por mês no país. A estimativa de Panitz é de que a fabricante de motores fechará o ano de 2008 com uma produção total de 145 mil unidades e um faturamento de um bilhão de dólares.

E a MWM antecipa sua intenção de ampliar o volume de serviços da Cargolift, para cobrir também as outras localidades onde mantém fornecedores. “A empresa já faz a consolidação de nossas cargas de exportação e o cross-docking para Canoas, além alguns serviços de armazenagem, nada mais natural que assumir toda a empreitada”, comenta Panitz. A atual movimentação do novo serviço de milk run é de 600 toneladas por mês.

Já a Cargolift, garante que está preparada e motivada para o aumento da responsabilidade. “O contrato com a MWM representa hoje 8% nos nossos negócios estamos nos preparando para um crescimento sustentado”, justifica Marques, revelando um investimento de R$ 3,5 milhões só em TI (Tecnologia da Informação) até 2011. Hoje 60% dos negócios do operador são voltados para o segmento automotivo (o operador atende também a Volvo, Caterpillar, Dana, GM, Magistral, Teksid, Renault entre outras)  e os 40% restantes para o segmento de comércio exterior. O operador está aumentando os negócios neste ano de 13,6% para 17%, em relação ao ano passado.

www.mwm-international.com.br

www.cargolift.com.br 

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