Companhia encerrou 2007 com lucro líquido de R$ 173,4 milhões, crescimento de 30% ante 2006
A Randon S.A – Implementos e Participações divulgou ontem, 20 de fevereiro, seus resultados operacionais de 2007. A receita bruta total (sem eliminação das vendas entre empresas) cresceu 24,4%, atingindo R$ 3,6 bilhões. Já receita líquida consolidada fechou em R$ 2,5 bilhões, 25,2% maior do que no ano anterior. O lucro bruto auferido foi de R$ 671,1 milhões no acumulado de 2007, crescimento de 27,3% em relação a 2006 (R$ 527,1 milhões), enquanto o lucro líquido consolidado foi de R$ 173,4 milhões, acréscimo de 30% ante 2006, para um EBITDA consolidado de R$ 388,6 milhões. Os investimentos em 2007 somaram R$ 196,6 milhões.
Apenas a Randon Implementos, fabricante de reboques e semi-reboques, encerrou 2007 com 37% de participação no mercado e 43% da produção nacional. Ao todo, foram fabricadas 20.325 unidades, aumento de 33,4% em comparação ao ano anterior, período em que foram disponibilizadas ao mercado 15.235 unidades. A receita líquida obtida em 2007 foi de R$ 1,1 milhão, frente aos R$ 952 mil computados no ano anterior, acréscimo de 18,7%. O lucro líquido cresceu 28,8%, passando de R$ 133 mil em 2006 para R$ 172 mil em 2007.
As exportações consolidadas da Randon em 2007 atingiram US$ 235 milhões, crescimento de 13,6% frente ao ano anterior. A redução dos custos, o aumento da importação de insumos, os ajustes nos preços externos e os financiamentos em dólar foram algumas das medidas adotadas pela empresa para contrapor a valorização do real.
Entre as regiões abastecidas, destaque para o Mercosul e o Chile, responsáveis por 33% dos negócios. Outros mercados com grande participação são o Nafta (26%), África (15%) e Europa, América do Sul e Central (10%).
O vice-presidente do Conselho de Administração da Randon S.A – Implementos e Participações, David Abramo Randon, ressalta que o desempenho positivo da empresa está relacionado ao crescimento dos setores agrícola, de bioenergia, mineração e construção civil. O câmbio estável e o anúncio dos investimentos realizado pelas montadoras de caminhões também foram fatores decisivos para, segundo o executivo, fechar 2007 com um dos melhores anos da história da Randon.
Projeções
O executivo acredita que 2008 será um ano favorável para o mercado. Apesar do otimismo, ele faz uma série de considerações. De acordo com o ele, é preciso se precaver quanto à questão energética, reforçar os investimentos em infra-estrutura e discutir com mais ênfase a carga tributária. “Não há sinais de melhorias. A carga atual prejudica a competitividade”, diz.
Para 2008, a meta é obter receita bruta de R$ 4 bilhões, receita líquida consolidada de R$ 2,8 bilhões e atingir US$ 250 milhões em exportações. Estão previstos, ainda, R$ 250 milhões em investimentos, sendo 60% com recursos próprios e 40% de bancos.
Ainda para este ano, o diretor Corporativo e de Relações com os Investidores, Astor Milton Schmitt, anuncia a retomada da produção de implementos ferroviários. Segundo ele, a expectativa é de que o setor absorva três mil unidades. Em 2007, lembra, a linha de produção esteve parada na Randon. O diretor salienta que não há números fechados de quantos implementos serão disponibilizados pela Randon em 2008. Ele divulga, contudo, que até o final de fevereiro, 60 implementos serão entregues à América Latina Logística (ALL).
Outra ação da companhia para 2008 está relacionada ao Banco Múltiplo. Schmitt revela que, no último mês de dezembro, a empresa entrou com pedido de abertura do empreendimento junto ao Banco Central. “Não queremos concorrer com a rede bancária” afirma. De acordo com ele, o banco será focado nos negócios da Randon e terá como objetivo prover um atendimento diferenciado tanto para os fornecedores quanto para os clientes da empresa. O projeto ainda tramita no Banco Central, mas a previsão é oferecer um capital inicial de R$ 25 milhões.