Lucro líquido consolidado acumulado nos primeiros noves meses do ano alcançou R$ 90,4 milhões, acréscimo de 0,6% sobre setembro de 2005
A Randon S.A. Implementos e Participações encerrou os nove primeiros meses do ano com receita líquida consolidada acumulada de R$ 1,53 bilhão, crescimento de 4,8% sobre o acumulado do mesmo período de 2005 (R$ 1,46 bilhão). A receita bruta total acumulada com impostos e antes da consolidação atingiu R$ 2,17 bilhões de janeiro a setembro de 2006, ante os R$ 2,16 bilhões de igual período de 2005.
O lucro líquido consolidado acumulado no período alcançou R$ 90,4 milhões, acréscimo de 0,6% sobre setembro de 2005 (R$ 89,9 milhões). A margem bruta consolidada no acumulado janeiro-setembro de 2006 fechou em 26,3% e uma geração bruta de caixa acumulada medida pelo EBITDA de R$ 229,2 milhões, ou 15% sobre a receita líquida consolidada (13,8% no acumulado janeiro-setembro de 2005).
As exportações consolidadas atingiram US$ 159,2 milhões de janeiro a setembro de 2006, o que representa um crescimento de 26,8% sobre o mesmo período de 2005. A acentuada valorização do real em um período curto de tempo entre 2005 e 2006 teve efeito negativo na competitividade externa setorial, além do realinhamento dos preços das commodities metálicas no âmbito interno e externo.
Apesar das dificuldades, a companhia destaca que superou os desafios graças à adoção de algumas estratégias, como contenção de despesas, ampliação da importação e substituição de insumos e utilização de instrumentos de “hedge” cambial.
Outros fatores contribuíram para os resultados positivos. Durante o terceiro trimestre de 2006, além de não haver regressão no desempenho dos setores que já vinham evoluindo positivamente, foi verificada uma reversão na tendência de queda do setor primário. Um exemplo é o setor canavieiro que antecipou o início das encomendas já para o terceiro trimestre, beneficiando a programação da produção para o período natalino, tradicionalmente menos aquecido. Esse cenário determinou, para o segmento de implementos, a formação de uma carteira de produtos bastante significativa, que compreende parte do primeiro trimestre de 2007, o que faz antever um início de exercício bastante animador.
A recuperação dos semi-reboques para transporte de grãos também chama a atenção. Após uma queda de sua participação no mix, de mais de 45% para menos de 20% em 2006, o segmento voltou a crescer nos meses de agosto, setembro e outubro, obtendo uma participação próxima a 30%. O bom desempenho é creditado à redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que facilita o financiamento dos equipamentos, e também à perspectiva de que a próxima safra agrícola possa ao menos igualar a marca da safra anterior.
A área de implementos também apresenta uma demanda crescente nas exportações, principalmente pela evolução das parcerias para montagens em CKD (sigla utilizada quando um produto é transportado desmontado). Isto resultou num crescimento de 22,4% no faturamento em dólares no terceiro trimestre de 2006, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Nos primeiros nove meses o crescimento é ainda maior, de 36,0%.
O segmento de veículos especiais apresentou encomendas 8% superiores ao mesmo trimestre de 2005, criando a perspectiva de que a queda de 10,8% no volume físico comercializado nos primeiros nove meses possa ser revertida até o final do ano.
No setor ferroviário, a produção anual acumulada é de 581 unidades, o que representou uma participação de mercado de aproximadamente 20%, de acordo com as estatísticas do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre). A Randon informa que trabalha com a perspectiva de que este setor possa estabilizar sua demanda aos níveis atuais ou apresentar crescimento moderado devido à limitação da malha ferroviária que necessita de expansão.
O setor de autopeças e sistemas, por sua vez, não apresentou alterações significativas. Enquanto as exportações crescem acentuadamente na área de freios, suspensões e sistemas de articulação e acoplamento, o mercado interno está com desempenho abaixo do registrado por causa da estabilidade na venda de caminhões em patamar abaixo do ano anterior.