Setor em crescimento é alvo para a empresa
A francesa Alstom, que atua no mercado de energia e transportes, fechou o ano passado com faturamento de R$ 500 milhões no Brasil e a expectativa, segundo Philippe Mellier, presidente mundial da empresa, em passagem por São Paulo, é de crescimento de 20 a 25% em 2006. Boa parte desse faturamento e também das perspectivas corresponde ao mercado de fretes.
Segundo Antonio Oporto, diretor regional para a Espanha, Portugal e América Latina da Divisão de Transportes da Alstom, o mercado de fretes no Brasil está em franca expansão e a expectativa da empresa é ter novos clientes no futuro. “É um mercado em fase de renovação e as empresas atuando nele têm planos ambiciosos”, diz. Se a ambição das ferroviárias é alvo da Alstom, então a empresa pode comemorar, pois a América Latina Logística (ALL), que adquiriu a Brasil Ferrovias, promete investir R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos, divididos em linhas permanentes e tecnologia. E a Alstom está de olho justamente nessa fatia reservada para a tecnologia.
Para Ramon Fondevilla, diretor-geral da Divisão de Transportes no Brasil, essa é uma grande oportunidade. “Claro que estamos interessados em um cliente com esse tipo de investimento”, diz ao falar sobre a ALL. Atualmente, a Alstom já tem contratos com a MRS Logística e com a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). As duas fecharam acordo para a aquisição de sistemas de sinalização, desenvolvidos no Brasil, na fábrica da Alstom no bairro da Casa Verde, em São Paulo. “Temos 400 pessoas trabalhando lá, sendo 80 engenheiros”, diz Fondevilla.
O acerto com a MRS é de R$ 100 milhões e foi fechado no final de março. “Nossos sistemas de sinalização controlam uma série de aspectos, como velocidade, parada, abertura das portas, tráfego, distância e intervalo de um trem para outro, entre outras coisas”, explica Fondevilla. Na CVRD, os sistemas já estão em fase de implantação. As linhas atendidas são as de São Luís-Carajás, Vitória-Minas Gerais e a Ferrovia Centro-Atlântica.
Para Fondevilla, a Alstom tem boas perspectivas nesse mercado pois as empresas investem primeiramente nas linhas permanentes e depois nos trens. “A sinalização é o refinamento do mercado de frete”, diz. “As empresas ganham baixando o custo dos fretes e nosso sistema ajuda nisso, controlando itens como a temperatura, o desgaste dos freios e a velocidade necessária para o transporte ser lucrativo” completa.
A longo prazo, a Alstom também está de olho no mercado de fretes. A empresa espera a possível criação de uma conexão entre os aeroportos de Guarulhos e Viracopos (SP), que levaria passageiros durante o dia e carga durante a noite. Isso só será possível com o funcionamento das Parcerias Público-Privadas. “O grande teste das PPPs será a linha quatro do metrô de São Paulo”, diz Fondevilla. “Se tudo correr bem, depois poderemos ter a linha conectando a capital ao aeroporto de Guarulhos e ainda uma conexão entre Guarulhos e Viracopos”, finalizou Fondevilla.
Leia mais sobre o contrato da Alstom com a MRS em:
https://www.tecnologistica.com.br/site/5,1,16,12406.asp