O porto de Le Havre, localizado no Canal da Mancha, quer ser a maior porta de entrada de produtos brasileiros na União Européia, com destaque para os congelados, como carne, peixes, camarões e frutas. O porto de Le Havre prepara um futuro de forte crescimento. Sua ampliação, chamada de "Port 2000", oferecerá 12 novos berços num cais de quatro quilômetros de comprimento com extensas retro áreas para manuseio dos contêineres. Recordes - As cargas movimentadas pelo porto de Le Havre em 2003 totalizaram 72 milhões de toneladas, um aumento de 5,4 % comparado ao ano anterior. O porto já havia movimentado mais de 70 milhões de toneladas em 1981, mas naquela época o carvão e o petróleo representavam 70% das cargas ante 50% hoje, e os contêineres 8% ante 26% hoje.
O Brasil hoje já responde por mais de 750 mil toneladas de toda a movimentação do porto, um dos maiores do continente. Em 2003, o tráfego de contêineres de Le Havre movimentou quase 2 milhões de TEUs.
O Brasil é um dos principais parceiros mundiais do porto de Le Havre. As trocas comerciais entre o porto e o Brasil subiram mais de 30% entre 2001 e 2003, e tudo indica que uma expansão semelhante deva ocorrer neste ano.
Le Havre importa do Brasil principalmente produtos agroalimentares, como carnes, peixes, frutas e café, além de madeira, papéis e celulose, móveis e artigos de madeira. As exportações compreendem produtos químicos, de borracha, material de transporte e lubrificantes.
O tráfego de 56 mil TEUs em 2003 se realizou principalmente com os portos de Santos, Paranaguá, Rio de Janeiro, Belém e Itajaí. "O Brasil tem condições de vender mais produtos congelados e de maior valor agregado, além da soja. Apostamos no incremento desse comércio bilateral", afirma Pierre-Yves Collardey, diretor comercial do porto.
Para ele, Le Havre tem condições logísticas para atender o mercado brasileiro. O porto está localizado a duas horas do grande mercado consumidor da região parisiense e é o maior porto de contêineres da França.
Quatro deles entrarão em operação no início de 2005. A ampliação permitirá a operação dos maiores porta-contêineres com mais de 9.000 EVP e 14 metros de calado. Dessa forma, pretende continuar desempenhando seu papel fundamental para cargas gerais, sendo responsável pelo escoamento de 60% do fluxo de contêineres da França.
As importações de petróleo registraram um aumento de 9%, alcançando 35 milhões de toneladas. Os demais granéis líquidos totalizaram 9,5 milhões de toneladas, e os sólidos 4,9 milhões de toneladas. As cargas gerais tiveram um aumento de 9%, alcançando um novo recorde com 22 milhões de toneladas.
Os contêineres se destacaram neste resultado, com 1.977.000 TEUs, um aumento de 15% em um ano. O tráfego de "trans-shipment" aumentou em 34% (600.000 TEUs) e representou 31% do tráfego total de contêineres.
As cargas movimentadas com o "hinterland" cresceram de 8%, com um aumento notável de 80% da hidrovia (66.000 TEUs) para acessar a região parisiense. O tráfego "Ro-Ro" de veículos novos totalizou 470.000 unidades.
Le Havre é uma porta de entrada natural para as mercadorias perecíveis destinadas a plataformas de distribuição localizadas na região parisiense e que operam na quase totalidade do território francês.
Para atender a uma demanda crescente e na ocasião da próxima colocação em operação de Port 2000, um novo complexo logístico será dedicado a estes tráfegos. Sua capacidade de estocagem atingirá 250 mil metros cúbicos.