Operações da mineradora têm previsão de atingir 63 mil toneladas
A Mhag Mineração e Serviços iniciou, na semana passada, o embarque de minério de ferro para a Arábia Saudita pelo Complexo Industrial Portuário de Suape (PE). Somente nesta primeira operação foram exportadas 15 mil toneladas e a empresa programou mais cinco embarques, o que corresponde a um total de 63 mil toneladas. “Esta operação consolida um incremento no volume de receitas do porto, chegando a uma média de R$ 350 mil por navio”, afirma Sidnei Aires, vice-presidente Executivo de Suape. Atualmente, a Mhag possui cerca de cem toneladas de minério de ferro estocadas na área de processamento da jazida Pico do Bonito, localizada em Jucurutu (RN).
Com o crescimento da procura pelo minério de ferro, a Mhag pretende ampliar a exploração da mina de Jucurutu das atuais 100 mil para 600 mil toneladas. A empresa deverá apresentar um projeto junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a parceiros internacionais, na qual solicita o financiamento de até US$ 40 milhões. “Precisamos ampliar os volumes por conta da atual demanda pelo minério, tanto para melhorar as nossas exportações como pelas perspectivas do mercado interno. O Ceará vai receber uma siderúrgica e também existe procura na área de ferro gusa”, afirma Pio Sacchi, presidente da Mhag.
Está armazenada em Suape uma sobra de 20 mil toneladas da primeira operação de exportação realizada no segundo semestre de 2006, para a siderúrgica chinesa Hi Xin. As exportações terão reinício quando outras 55 mil toneladas forem transportadas até o complexo e, assim, complementarem o volume de 75 mil toneladas acordado com os chineses – com a regularização dos embarques, a expectativa é de as cargas saírem de Suape a cada 45 dias.
Projeto de terminal
Sacchi reconhece que a capacidade atual de operação da empresa atende com uma pequena folga o contrato firmado com a Hi Xin. Essa meta de ampliação se deve também aos planos da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) de construir um terminal de granéis sólidos, que seria instalado a três quilômetros do Terminal Salineiro de Areia Branca.
Atualmente, o minério extraído em Jucurutu faz o percurso em caminhões com capacidade de armazenar 50 toneladas, até Juazeirinho (PB). Neste ponto, é feito o transbordo para os vagões dos trens da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), que seguem até Suape. Um terminal graneleiro no Rio Grande do Norte reduziria em mais de 400 quilômetros a distância percorrida atualmente, diminuindo os custos com logística e armazenagem.
“A entrada do terminal no projeto garantiria uma rota a mais para escoar nossa produção. Hoje, a CFN só nos possibilita operar um teto máximo de 200 mil toneladas mensais”, afirma Sacchi. A previsão é do projeto executivo do terminal, com capacidade estática de 500 mil toneladas, começar a ser elaborado no segundo semestre deste ano, afirma Renato Fernandes, presidente da Codern.